São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Lojas de roupa aumentam prazo de pagamento

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As lojas de roupas estão esticando os prazos de pagamentos feitos com cheques pré-datados para estimular o consumidor a comprar mais.
A Vila Romana, por exemplo, aceita cheques pré-datados para cinco meses. Se o consumidor optar pela compra à vista, tem 10% de desconto no preço da etiqueta.
A empresa está vendendo gravata de seda importada dos Estados Unidos por R$ 9,90 (cinco prestações de R$ 1,98).
"Ainda assim estamos com estoques equivalentes a dois meses e meio de produção. Normalmente, nesta época do ano, não passam de um mês", diz André Linden, diretor.
Ele conta que a empresa não consegue repassar os aumentos de custos aos preços e só vai faturar 32% mais do que no ano passado, porque abriu três novas lojas de fábrica.
A Luigi Bertolli, loja de roupas femininas, é outra que aceita cheques pré-datados para pagamento em cinco vezes. Na compra à vista, o desconto é de 12%.
Além disso, o consumidor que gastar mais de R$ 200,00 leva uma jaqueta de seda pura no valor de R$ 34,00.
Tradicionalmente, nesta época do ano, as lojas vendem com preço cheio. Ou seja: não dão descontos. É que o consumo é sempre crescente até o Natal.
Na Camello, confecção de roupas masculinas, o pagamento com cheque pré-datado pode ser parcelado em até quatro vezes. Na compra à vista, o desconto é de 10%.
"O mercado está muito recessivo. Quem não tem preço bom não vende", afirma Adriana Camelo, diretora.
Andre Hollander, diretor da Modélia, informa que as vendas das suas seis lojas caíram entre 10% e 15% neste final de ano, sobre igual período do ano passado.
"Nós estamos mantendo os preços, o que significa dizer que eles caíram 30%."

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