São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995 |
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Sérvios da Bósnia aceitam acordo
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Os líderes dos sérvios da Bósnia, entre eles o "presidente" Radovan Karadzic, aceitaram ontem o acordo de paz para a região acertado terça-feira nos Estados Unidos, segundo a agência de notícias sérvia "Tanjug".O presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic, exigiu a presença dos sérvios da Bósnia em um encontro próximo a Belgrado (capital sérvia) para superar as hostilidades ao acordo, alcançado com croatas e muçulmanos. Os sérvios da Bósnia se opõem ao governo muçulmano do país. As negociações para o acordo não tiveram a presença dos líderes sérvios, vários deles acusados de crimes de guerra pelo tribunal da ONU sobre a ex-Iugoslávia, sediado em Haia. O presidente Milosevic negociou em nome deles. "A direção da República Sérvia (sérvios da Bósnia) anunciou que aceita o acordo de Dayton, apesar de certas soluções dolorosas para a RS, e que o aplicará na totalidade", divulgou a agência. "Foi decidido que o acordo é um ato histórico no interesse da paz." Segundo a agência, Momcilo Krajisnik, considerado um líder sérvio de linha-dura, estava nessa reunião. Krajisnik, que participou das negociações em Dayton (Ohio, Meio-Oeste dos EUA), havia antes condenado o acordo. Ratko Mladic, o comandante militar dos sérvios da Bósnia, não estava na reunião, segundo a agência sérvia. Horas antes, a líder sérvia Biljana Plavsic havia dito que a decisão de manter Sarajevo unificada sob controle muçulmano-croata poderia causar uma nova guerra. Outros sérvios da Bósnia tinham reclamado de ter de ceder aos muçulmanos e croatas um corredor entre Sarajevo e o encrave de Gorazde, no leste da Bósnia. A reação oficial dos sérvios da Bósnia era desconhecida. Milosevic, que negociou o acordo, havia apoiado os sérvios da Bósnia no início do conflito, em 1992, mas retirou o apoio depois das sanções internacionais contra a Sérvia. Karadzic e os outros líderes sérvios não haviam se pronunciado sobre o tratado de paz. O acordo proíbe que ele assuma qualquer cargo no novo Estado da Bósnia. O premiê da Bósnia, Haris Silajdic, disse que o nacionalismo sérvio nunca morrerá, mas pode ser canalizado para algo construtivo. Anteontem, foi aprovado o fim das sanções comerciais à Sérvia. Texto Anterior: Decretada prisão de diretor da Finivest; Papa João Paulo 2º faz ataques à Máfia; Cai imunidade de ex-ministro espanhol; Fidel Castro vai visitar a China; Poloneses querem anular eleição; Aumenta o número de homens com HIV; Distúrbios matam três no Haiti Próximo Texto: Tiros são ouvidos em área sérvia de Sarajevo Índice |
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