São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995
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Quatro das vítimas eram amigos de pescaria

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Júlio César de Freitas, 42, um dos mortos no acidente, era gerente de material e serviços do Senac e viajava duas a três vezes por semana. Era o responsável por todas as obras e reformas nas 42 unidades espalhadas pelo Estado de São Paulo.
Até o ano passado, as viagens eram feitas de carro, muitas delas demoradas e cansativas. Os colegas de trabalho lembram que o próprio Freitas sugeriu que se fretasse um avião nas viagens mais longas. "Ele queria ficar mais com a família", conta o colega Gilson Antonio de Almeida.
Freitas tinha dois filhos: Ricardo, 18, do primeiro casamento, e Ana Cristina, 3. A família aparece numa foto na mesa que Freitas ocupava no 7º andar do prédio do Senac, na rua Dr. Vila Nova.
Roberto Ferreira Rocha, 38, outra vítima fatal, era gerente de educação e informática e viajava raramente. Sobre a mesa no 5º andar estão as fotos dos filhos Renato, 18, Rodrigo, 16 e Robson 12.
Na sala de Freitas e Rocha, há quadros de peixes decorando as paredes. Adoravam pescar. Dois outros passageiros mortos -o engenheiro Tadao Dayama e o marceneiro Sebastião dos Santos- também gostavam de pescaria.
Os quatro eram amigos e pescadores. Em setembro passado, estiveram juntos no Pantanal. Dayama e Santos prestavam serviços para o Senac. O quinto passageiro era Carlos Alberto de Carvalho, morador de Presidente Venceslau e que viajava a convite de Santos.
O marceneiro Santos era um dos profissionais de sua área mais conhecido no centro. Tinha três filhos -Marcia, 23, Alezandre, 20 e Rodrigo, 18. Os dois rapazes trabalhavam com ele na marcenaria da rua Santa Isabel, no centro.
A direção do Senac encerrou o expediente ontem ao meio dia em sinal de luto. "Nos 49 anos do Senac, nunca tivemos uma tragédia tão grande", diz Maria Pilar Toha Farre, gerente de comunicação da entidade.

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