São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Avião cai sobre carros e mata seis em SP
ANDRÉ LOZANO; PATRICIA DECIA; ALESSANDRA BLANCO
O Cessna Centurion 2, de prefixo PT-OLD, decolou às 9h20 do Campo de Marte com destino a Sorocaba (87 km a oeste de SP). Segundo pilotos e funcionários do Campo de Marte, o motor do avião "calou" (que no jargão da aviação significa deixar de funcionar por algum defeito mecânico) logo após a decolagem. O avião estava sendo pilotado por Ivan Soares de Andrade Ferreira, 31, que levava os funcionários do Senac Roberto Ferreira Rocha e Júlio César de Freitas e os prestadores de serviço do órgão Carlos Roberto de Carvalho, Sebastião dos Santos e Tadau Dayama para inspeção de obras em Sorocaba e outras cidade do interior. O estudante Luciano da Silva Rodrigues, 18, que passava ontem de carro em frente ao Campo de Marte, assistiu à decolagem, à pane e à queda do avião. Segundo ele, logo após a decolagem, o avião, que estava a 40 m de altitude, começou a perder altura. "O avião fez uma curva para a direita e quando o piloto ia tentar um pouso forçado na avenida (Santos Dumont, na pista sentido bairro-centro, em frente à entrada principal do Campo de Marte), a asa direita bateu em um poste e o avião embicou para a rua", contou Rodrigues, que passava na avenida, no sentido oposto. O avião caiu entre um Monza e um táxi Gol branco (leia quadro abaixo). Os destroços atingiram a traseira do Monza e a frente do Gol. Segundo Rodrigues, o avião explodiu cerca de cinco segundos depois da queda. Antes da explosão, o motorista do Monza, Raul Bossle Caminha, 34, e o passageiro, José Luiz de Melo Silva, conseguiram deixar o veículo. Eles foram levados com ferimentos leves e em estado de choque ao Pronto-Socorro Santana (leia texto nessa página). Também se salvaram o motorista e o passageiro do táxi. Salvador de Oliveira Melo, que há 15 anos trabalha em um ponto de táxi na região, tentou puxar o passageiro Alexandre Amâncio, 15, mas ele ficou preso pelo cinto de segurança. O garoto conseguiu sair antes de o avião explodir. Amâncio também foi levado ao pronto-socorro. Melo não sofreu ferimentos. O capitão Carneiro, da Aeronáutica, disse que o resultado da investigação sobre a causa do acidente deve sair em 30 dias. O avião estava com sua capacidade máxima de passageiros. Segundo o piloto Flávio Oliva, amigo do piloto morto, Ferreira era experiente e já fora instrutor do Aeroclube de São Paulo. O acidente com o avião congestionou as principais vias da zona norte ontem pela manhã: Brás Leme, Cruzeiro do Sul, avenida do Estado e Santos Dumont. O total do congestionamento na cidade, às 10h, atingiu 96,3 km, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Em dias de trânsito normal, a média de lentidão no horário oscila entre 50 e 60 km. A avenida Santos Dumont foi fechada às 9h30 e só foi liberada totalmente às 16h30, quando o trânsito voltou ao normal. (André Lozano, Patricia Decia e Alessandra Blanco) Texto Anterior: Covas cobra resposta do BC sobre dívida Próximo Texto: Quatro das vítimas eram amigos de pescaria Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |