São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Rossi e Erundina são nomes fortes para 96

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 28/11/95
Francisco Rossi (PDT) e Luiza Erundina (PT) aparecem como nomes fortes para a sucessão na cidade de São Paulo, ao lado, previsivelmente, do atual prefeito, Paulo Maluf (PPB), no caso de ser aprovada a possibilidade de reeleição.
Esses são os principais resultados de pesquisa sobre a intenção de voto para a eleição de 3 de outubro de 96, feita na última quinta-feira pelo Datafolha.
Rossi é o primeiro colocado, com alguma folga, no único dos oito cenários em que se excluiu a hipótese de reeleição e, por extensão, a candidatura Maluf.
O pedetista fica com 26%, contra 20% de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já Erundina, nas duas simulações em que seu nome aparece, empata estatisticamente com Maluf.
Numa delas, tem 20% (contra 21% de Maluf) e, na outra, 22%, contra 25% do atual prefeito. A margem de erro oscila entre 3 e 4 pontos percentuais para cima ou para baixo em cada candidatura.
Ou seja, Erundina, na primeira hipótese, tanto pode ter 23%, contra 18% de Maluf, como 17%, contra 24% do prefeito.
Erundina é, em tese, mais forte eleitoralmente do que Lula e do que Aloizio Mercadante, o terceiro dos nomes do PT utilizados nas diferentes simulações.
Ao contrário de Erundina, cuja diferença para Maluf fica entre 1 e 3 pontos percentuais, Lula perderia do atual prefeito por entre 2 e até 8 pontos percentuais, conforme a simulação.
Sem Maluf no páreo, Lula perderia também para Rossi, por seis pontos de diferença.
Tucanos
A pesquisa mostra ainda que, dos dois nomes de presença nacional do PSDB paulista, os ministros José Serra (Planejamento) e Sérgio Motta (Comunicações), o primeiro leva grande vantagem.
O mínimo que Serra alcança é a marca de 13%, ao passo que Motta não vai além dos 3%.
É óbvio que a pesquisa, feita com uma antecedência de quase 11 meses em relação à eleição, é meramente indicativa e não reflete uma efetiva intenção de voto.
Demonstra-o a pesquisa espontânea (em que não se exibe o cartão com os nomes dos presumíveis candidatos): a maioria absoluta (55%) não indica nome algum.
Na prática, a pesquisa mede mais o conhecimento dos nomes, o que favorece aqueles que estão em evidência na mídia.
Fidelidade
Outro dado da pesquisa é o registro de um índice razoavelmente elevado de fidelidade partidária: 31% dos pesquisados dizem que costumam votar sempre no candidato indicado pelo partido que preferem, seja qual for o nome.
Mas a maioria (64%), como era previsível, vota no partido de sua preferência dependendo do nome indicado, o que ajuda a explicar as fortes diferenças nas intenções de voto em candidatos de um mesmo partido, como no caso do PT e do PSDB.

Essa pesquisa é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade, com sorteio aleatório dos entrevistados. O conjunto da população adulta da cidade de São Paulo foi tomada como universo da pesquisa. Nesse levantamento foram entrevistadas 1.080 pessoas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, sendo que para uma amostra de 540 questionários a margem de erro aumenta para 4 pontos percentuais, para mais ou para menos. Ambas margens de erro estão dentro de um intervalo de confiança de 95%.
A direção do Datafolha é exercida pelos sociólogos Antonio Manuel Teixeira Mendes e Gustavo Venturi, tendo como assistentes Mauro Francisco Paulino e a estatística Renata Nunes Cesar. A direção comercial é de Eneida Nogueira e Silva.

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