São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Encontro de deficientes consagra 'centros de vida independente'

MARCELO RUBENS PAIVA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Erramos: 30/11/95
Um resultado efetivo do DEF'RIO 95, Encontros Internacionais Sobre Portadores de Deficiência, realizado no Rio é o fortalecimento dos movimentos dos deficientes e a consagração dos CVIs (Centros de Vida Independente).
A inspiração vem dos Independent Living Centers americanos, que surgiram a partir dos anos 70 na onda de protestos pelos direitos civis. Depois dos militantes ganharem as ruas para exigir seus direitos, os deficientes sentiram necessidade de um organismo que concretizasse os ganhos.
"A filosofia de um Living Center é institucionalizar o movimento -um trabalho diário de vigilância das leis-, ocupar o espaço aberto pelo militante e prestar serviços aos moradores da comunidade", diz o sociólogo americano Eugene Williams, 40, que cita como exemplo o Ministério do Trabalho americano, que usa os centros para administrar a verba federal destinada aos deficientes.
Hoje, são 350 Independent Living Centers nos EUA que, entre outras coisas, ajudam o deficiente a lidar com a burocracia estatal.
No Brasil, o primeiro CVI nasceu em 1988, no Rio. A Companhia de Água e Esgotos, o Tribunal Regional do Trabalho e a Shell têm, hoje, deficientes trabalhando graças ao centro.
É para assessorar a criação de outros CVIs e traçar uma conduta comum que acaba de ser criada a FENACI (Federação Nacional de CVIs). Já existem CVIs em São Paulo, Santos, Maringá, Belo Horizonte, Macaé e Sergipe.
Kathy Martinez, da World Institute on Disability, afirmou que a ONU, o Banco Mundial e fundações como a Ford podem financiar esses projetos no Terceiro Mundo.

ONDE SE INFORMAR: CVI-RJ - (021) 239-6547; CVI-Paulista - (011) 683-3380; CVI-Santos - (013) 238-3899; CVI-Maringá - (044) 222-6810; CVI-Belo Horizonte - (031) 261-7721; CVI-Sergipe - (079) 223-2113.

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