São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Melhor alternativa para o 13º é aplicar em renda fixa

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

O bolso dos assalariados ganhará um reforço nesta quinta-feira, quando será paga a primeira parcela do 13º salário. Mas, ao contrário de anos anteriores, desta vez qualquer euforia de consumo deve ser colocada de lado.
Antes de tomar alguma decisão sobre o que fazer com o dinheiro extra, o consumidor precisa fazer um balanço de sua situação financeira e prever gastos futuros.
A economia mudou muito desde o Natal de 94. O custo da estabilização mostrou sua face mais dura quando o Plano Real completava quase um ano e nada indica que isso vá mudar tão cedo.
Numa conjuntura em que os salários se mantêm contidos e a hipótese de desemprego não pode ser descartada, o consumidor deve se prevenir contendo as despesas e poupando ao máximo as receitas.
Qualquer dívida deve ser quitada de imediato, recomendam de forma unânime os especialistas.
Não há quem aguente juros de 15% ao mês numa economia mais estabilizada, afirma Paulo Possas, da PJ Possas Gestão de Patrimônio, referindo-se ao custo de cartões de crédito e cheque especial.
Quem tem débitos desse tipo deve "pagar correndo", diz Possas, mesmo porque os juros são contabilizados diariamente.
Poupar
Para pessoas que estejam sem dívidas e já decidiram que uma parte do 13º deverá ser gasta mesmo em compras, Possas sugere que a parcela do próximo dia 30 seja investida e os presentes de Natal sejam adquiridos com a segunda parcela, a ser paga até o dia 20 de dezembro.
Neste ano, está tudo mais previsível na economia, diz ele. A inflação está sob controle e se manterá baixa. Os juros das aplicações estão em queda gradual.
Antecipar a compra de bens para evitar a alta de preços deixou de ser bom negócio.
Quando for comprar, pague sempre à vista, e o que está dentro do orçamento, acrescenta Possas.
Preços de brinquedos costumam baixar na proximidade do Natal. Há hoje boas ofertas de carros, principalmente sobras da linha 95, mas Possas acredita que a concorrência interna e com os importados continuará acirrada.
Para o dinheiro que ficará disponível, outra unanimidade entre os especialistas é que a melhor alternativa é o FIF (Fundo de Investimento Financeiro) de 60 dias. Por não ter compulsório não-remunerado, rende mais.
CDB não é opção para quantias mais baixas, como um 13º, porque os juros mais altos são oferecidos de R$ 100 mil para cima.
O FIF de 30 dias remunera o investimento nesse prazo, como uma poupança, e o FIF de 60 dias nesse intervalo ainda maior.
Se estão previstas despesas extras em janeiro, como IPVA (imposto de veículos) ou viagem, por exemplo, é melhor aplicar num FIF de 30 dias. Em média, rende mais do que a poupança.
Se o horizonte das mesmas despesas é fevereiro, já vale entrar num FIF de 60 dias.

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