São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995 |
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Adriane Galisteu pode ser melhor que Xuxa
SÉRGIO DÁVILA
Foi assim, cercada de preconceitos, a estréia de seu "Ponto G" (ou ".g", como grafa a abertura), no sábado retrasado, às 18h, na CNT. Acontece que o programa é bom. Tem problemas, mas é bom. Na estréia, conseguiu mostrar um cardápio variado, ágil e unido em um tema: "Qual a cara de Deus?". Adriane entrevistou o rabino Henry Sobel e o músico Lobão, juntos. Falou com o grupo Mamonas Assassinas. Foi à casa de dona Canô, mãe de Caetano Veloso. E pulou de pára-quedas (uma das boas imagens da TV neste ano). Ela se sai bem na tela, melhor quando está fora do estúdio, melhor ainda quando participa das reportagens. O diretor Billy Bond percebeu isso e centra câmeras obsessivamente no corpaço da falsa loira. No geral, o programa é inteligente e não trata os adolescentes como adultos de segunda linha. Um dos pontos fracos, porém, é a performance de Adriane como mediadora. Com Lobão e Sobel, ela participou pouco e errado. Assistiu calada a um delírio do roqueiro, que comparou o fato de ter cortado os seus cabelos longos ao assassinato do primeiro-ministro israelense (!). Na ânsia de ser cool, "Ponto G" explica pouco. Assim, nenhum dos entrevistados foi minimamente identificado. E a abertura de Klaus Mitteldorf tem cara de "Garotas do Fantástico": viu uma, viu todas. Em sua primeira edição, "Ponto G" alcançou um ponto percentual de audiência (ou cerca de 100 mil espectadores na Grande São Paulo). No universo televisivo, é nada. O baixo índice pode ser creditado à divulgação precária, à emissora pequena ou às reservas a Adriane Galisteu. Se for correta a última hipótese, pode-se estar condenando ao fracasso uma âncora de teenagers mais articulada que Angélica e, óbvio, mais bonita que Sergio Groisman. E que, com o tempo, pode ser melhor que Xuxa, a rival. Texto Anterior: Um dia nas corridas Índice |
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