São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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Chevrolet Blazer tem muito espaço e pouco motor

GRACILIANO TONI
DA REDAÇÃO

Filhos demais? Bagagem sobrando? Sem saco para aguentar fechadas no trânsito? Tente a Blazer. Só que primeiro verifique se ela cabe na garagem -seu tamanho (comprimento e largura) é mais ou menos o mesmo de uma Caravan ou Suprema.
Veja também se é possível se acostumar com sua maior altura e com sua estabilidade sensivelmente inferior à de qualquer carro.
A Folha percorreu cerca de 600 km com a perua da Chevrolet, que mostrou ser versátil -ela enfrenta sem problemas estradas de terra, mesmo bastante esburacadas, e é bem razoável no asfalto.
Como a Blazer tem altura maior que a de um carro (cerca de 25 cm) e suspensões macias, a carroceria se inclina em curvas e ao passar por obstáculos maiores, como buracos grandes e lombadas, fazendo seus ocupantes balançarem de um lado para o outro.
Ao atravessar trechos com costelas-de-vaca (semelhantes a pequenas lombadas sucessivas), a Blazer tende a derrapar com as rodas traseiras.
Em compensação, a perua passa sem se incomodar por pequenos buracos, paralelepípedos, tampas de bueiro fora do nível da rua e pedras no chão. Os pneus grandes ajudam a manter o rodar macio.
Seu consumo não é grande coisa -fez 7 quilômetros por litro, na média entre cidade e estrada. O desempenho também decepciona um pouco -é semelhante ao de um carro com motor de 1.000 cc, como o Mille.
Ano que vem, deve chegar o motor de seis cilindros em V -configuração que deixa o motor mais equilibrado, com menos vibrações- usado na Blazer norte-americana. Isso deve deixar a perua bem mais disposta.
Para ajudar o motorista, a Chevrolet bem que poderia trocar o espelho interno por um maior -acompanhando o ótimo tamanho dos retrovisores externos.
Outro problema da Blazer é o banco traseiro. Ele tem o encosto curto, deixando os ombros sem apoio e a nuca desprotegida.
O assento, fixado muito baixo, obriga a viajar com as pernas dobradas, em posição desconfortável pela falta de suporte para as coxas.
No amplo porta-malas, com bons ganchos para amarrar a carga, falta um tampão. Em compensação, caso fure um pneu, não é preciso retirar a bagagem para pegar o estepe -ele sai por baixo.
Há também um console no teto com úteis divisões para guardar óculos, documentos e miudezas.
Último lembrete sobre a Blazer (a pronúncia é blêizer): o ar-condicionado é mais do que recomendável. A perua tende a ficar com a cabine muito quente.
(GT)

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