São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
M.Officer investe em marketing cultural
DA REPORTAGEM LOCAL O consumidor vai ter maior autoconhecimento. Com isso, saberá melhor o que quer, será mais exigente e vai consumir menos. Poucas empresas sobreviverão.Essa é a visão que Carlos Henrique Mielle, diretor executivo da M. Officer, tem do consumo no futuro. Ele participou do ciclo "Arena do Marketing", promovido pela Folha, com a palestra "Arte, Ecologia e Globalização na Moda", na última quarta-feira, no auditório do jornal. Mielle entende que o futuro trará uma globalização segmentada, não a massificação. "Os jovens, antes passivos, ficarão cada vez mais ativos e interagindo. Poderão comprar pela TV, receber catálogos em casa", diz ele. Para o diretor da M. Officer, o cidadão do futuro terá mais tempo para o lazer doméstico e, com isso, se dedicará cada vez mais à cultura. "A cultura vai suplantar os esportes", diz. Assim, ele acredita que a evolução espiritual virá por meio da arte e a arte vai salvar o mundo. "Nesse processo, a pessoa com autoconhecimento, observando o mundo verdadeiro, não o aparente, agindo sobre ele, se opõe aos ditames. Irá contra a massificação." O diretor da M. Officer afirma que a empresa tem acompanhado várias pesquisas fora do Brasil sobre a globalização da moda. Os dados, segundo ele, mostram que o consumidor espera que o fabricante tenha a preocupação em reciclar e, no processo de produção, não seja poluente. Foi pensando nessa mudança de comportamento do consumidor que, sem fazer pesquisa ou usar os serviços de uma agência de publicidade, a M. Officer decidiu investir no que chama de "marketing cultural". "Resolvemos incentivar, por meio da arte, o jovem de hoje a observar, agir e observar novamente. Esse contínuo processo vai fazer com que a gente chegue ao futuro", diz. Segundo Mielle, o mundo da moda sempre foi um mundo de aparências. Isso, entretanto, vai se tornar cada vez mais transparente, por meio das várias crises que vamos viver e da mudança de milênio, acredita ele. "Percebemos que investir em marketing cultural era o caminho certo", diz Mielle. Prova disso, segundo ele, é que a M. Officer, hoje com dez anos, cresceu muito, tem 1.400 funcionários e a maior rede de lojas em seu segmento. Texto Anterior: Livro tenta aproximar empresas da mídia Próximo Texto: Qualidade é essencial na estratégia do Sensor Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |