São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
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Disco da cantora é produto enlatado pronto para ser exportado
RONALDO SOARES
O som é pop, o discurso é populista e a linguagem é cosmopolita. Mas trata-se, sobretudo, de um disco que faz dançar. Simplesmente porque Fernanda Abreu consegue fazer qualquer lugar recender a pista de dança, seja o asfalto da cidade grande ou o quintal de um muquifo no subúrbio carioca. Em seu caldeirão de "lata", ela misturou o suíngue de ritmos negros como charm e funk com a batida eletrônica da dance music e temperou tudo com um batuque carioca. Tudo em "Da Lata" foi milimetricamente calculado para agradar, da fusão samba-funk de "Tudo vale a pena" ao discurso povão de "Veneno da lata" ("Sete e meia da manhã/Tá na hora de descer pra trabalhar/Tá na hora de descer pra ter/O que ganhar"). Fernanda assume isso e puxa até um corinho "grito de galera", típico de baile funk do Rio, em "Brasil é o país do suíngue": "Deixa solta essa bundinha/Deixa solto esse quadril/Solta esse quadril e grita." "Da Lata" tem um pé nos grandes bailes black dos anos 70 e outro na fusão de estilos que caracteriza o pop atual. E Fernanda Abreu faz isso com charme, charm e competência. Por isso, seu disco é um produto enlatado, "made in Brazil", prontinho para exportação. Texto Anterior: FERNANDA ENLATADA Próximo Texto: Superdemo volta com versão itinerante Índice |
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