São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
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Ferrara aponta fim da diferença
INÁCIO ARAUJO
A história, bem conhecida, diz respeito a seres alienígenas que tomam a Terra pela substituição dos seres humanos por réplicas idênticas, porém sem vida. Nos anos 50, essa idéia foi interpretada com frequência dentro da oposição entre EUA e URSS: a uniformização sendo vista como coisa de comunista. Em 1993, Ferrara pode-se privar da crispação, e dar menos ênfase ao aspecto invasão da coisa. Não vemos, com efeito, nenhum conspirador. A invasão é silenciosa, anônima pode-se dizer. Por vezes, torna-se difícil distinguir o homem e sua réplica. Estamos, em suma, face a uma invasão paradoxal: ela vem de dentro, do próprio homem. A uniformização forçada não é mais um atributo comunista. O que nos vampiriza é outra coisa. Ferrara não a nomeia. O importante, no filme -neste filme que trabalha tão bem a ambiguidade de seu tema- é apontar a aniquilação da diferença. (IA) Texto Anterior: Howard Hawks não economiza recursos Próximo Texto: Via Satélite; Opinião; Agitação; Espaço Índice |
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