São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Howard Hawks não economiza recursos
INÁCIO ARAUJO
Ao contrário, seu objetivo é fazer seu espectador se sentir num antigo Egito não cinematográfico, não fabricado pelas lentes de um Cecil B. DeMille, por exemplo. Hawks entende ter fracassado por duas razões: 1) detestou trabalhar com cinemascope; 2) acha que sem saber como os personagens falavam no Egito antigo é impossível reencontrar sua maneira de ser. Sobretudo o segundo motivo deveria ser visto como um episódio exemplar, para qualquer pessoa que faz e vê cinema, do que significa (e de como se atinge) a integridade de um filme. Ao mesmo tempo, basta ver a soberba sequência final para constatar que Hawks carregou as tintas na autocrítica. No caso de "Antes Só do que Mal-Acompanhado" (Globo, 1h50), temos o caso de dois atores ampliando a dimensão da empreitada. No caso, Steve Martin faz o atribulado homem de negócios que tenta pegar um avião e voltar para casa. John Candy é o vendedor gordo e chato que gruda nele. A soberba de Martin não o impedirá de viajar com o vendedor. Mas o trajeto se revelará ocasião para algumas trocas interessantes de informação sobre pessoas desconhecidas (e sobre a aversão por conhecer pessoas diferentes). Sem prejuízo do humor, os atores conferem relevo e matizes a seus personagens. (IA) Texto Anterior: Minissérie se rende à grandeza do cinema Próximo Texto: Ferrara aponta fim da diferença Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |