São Paulo, segunda-feira, 27 de novembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Semana 'blueseira' traz Musselwhite e Guy
SÉRGIO TEIXEIRA JR.
Quando: de amanhã a quinta, às 21h30 Onde: Bourbon Street Club (al. dos Chanés, 127, Moema, tel. 5561-1643) Quanto: R$ 25 Show: Buddy Guy Quando: quarta e quinta, às 22h Onde: Olympia (r. Clélia, 1517, Lapa, tel. 252-6255) Quanto: camarote, R$ 50; setor VIP, R$ 45; setor A, 35; setor B, R$ 30; setor C, R$ 25 Um mês adiantado e depois de uma escala no Mississippi, Papai Noel trouxe para São Paulo dois dos reis do blues: o guitarrista Buddy Guy e o gaitista Charlie Musselwhite. O problema é que eles tocam nas mesmas noites, mas em lugares diferentes. A solução é ver um em um dia e o outro, no outro. Musselwhite, 51, é o maior gaitista branco de blues ainda vivo. Traz a turnê de seu último e melhor disco, "In My Time", um resumo de sua carreira. Em se tratando de um "bluesman", a história da sua vida não é nada original: nasceu no Mississipi, fez 18, foi para Chicago, tocou com Muddy Waters, virou lenda e está ficando velho. Mas cada vez melhor. E mais eclético. Começa com blues acústicos, passa pela eletricidade. Tem uma versão de "When it Rains it Pours", com batida latina, e tem a jazzística "Movin' and Groovin', na qual Musselwhite mostra tudo o que aprendeu em 40 anos de gaita. Seu estilo econômico, que valoriza mais a melodia que a técnica, é facilmente reconhecível em trabalhos como o de Flávio Guimarães, do Blues Etílicos. Para os shows desta semana, ele promete uma música "abrasileirada". "É uma mistura de blues com o que nós achamos que é música brasileira. Podemos estar fazendo tudo errado, mas isso a gente descobre quando chegar aí", disse ele à Folha, por telefone, de sua casa, na cidadezinha de Gazerville, no norte da Califórnia. "Gosto muito de música brasileira. De forró, de 'Guilberto Guil' (Gilberto Gil) e 'Clara Nuñez' (Clara Nunes). E do repente, "aquela música em que fazem os versos um depois do outro". A história de Buddy Guy -"o melhor", segundo Jimi Hendrix, Eric Clapton e Mark Knopfler, entre outros- é muito parecida. Nasceu George Guy, no dia 30 de julho de 1936, em Lettsworth, Estado da Louisiana. A única diferença é que ele continua morando em Chicago, tomando conta de seu bar, o Buddy Guy's Legends. Guy é o "embaixador do blues dos anos 90", o que Muddy Waters foi entre os 40 e os 70. Além de ser unanimidade entre os melhores guitarristas da atualidade, também consegue satisfazer o público "mainstream" -levou dois Grammys (o "Oscar da música") e foi classificado pela revista de música "Billboard" como um "tesouro internacional". Toca em São Paulo clássicos, como "Five Long Years, uma de suas músicas favoritas e que Clapton gravou no seu último álbum, "From the Cradle". Sua guitarra distorcida, seu fraseado rápido e seu vozeirão, aliados ao repertório de seus dois últimos discos, "Feels Like Rain" (1992) e "Slippin' In" (1994), fazem das duas apresentações de Guy em São Paulo uma aposta fácil como um dos melhores shows de blues do ano. Musselwhite e Buddy Guy se conhecem há 30 anos e tocaram juntos "n vezes". Pode acontecer também em São Paulo? Nas palavras de Musselwhite: "Buddy vai estar aí na mesma época que eu? Há sempre uma chance". Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Orzabal aposta na latinidade Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |