São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Pastor recebe apoio de manifestantes

Motivo foram críticas de Alencar

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

As críticas do governador Marcello Alencar ao trabalho da Fábrica de Esperança produziram ontem uma manifestação de apoio ao pastor evangélico Caio Fábio, que misturou discursos políticos e orações religiosas.
Cerca de 500 pessoas, segundo os organizadores do ato, se reuniram em frente à fábrica, no bairro de Acari (zona norte do Rio), para dar apoio ao trabalho do pastor.
O trabalho social da fábrica, como creches, foi colocado sob suspeição pelo governador após a apreensão no local, na semana passada, de 2.097 papelotes de cocaína. A cocaína teria sido escondida na fábrica por traficantes da vizinha favela Acari.
Em meio a orações dos evangélicos, políticos e outros manifestantes -como o deputado estadual Carlos Minc (PT) e o antropólogo Rubem César Fernandes, do movimento Viva Rio- discursaram contra a suspeição levantada por Alencar.
Minc disse que "o poder do tráfico tem tentáculos no parlamento, na Justiça e na polícia" e que seria "um absurdo" desmerecer todo um projeto social só porque "vigilantes da fábrica foram subornados".
Para Caio Fábio, o governador "foi precipitado". O pastor disse que ele "e a cidade inteira" estão tentando entender a posição do governador.
Caio Fábio se reuniu, antes do ato, com uma comissão para apurar internamente o suposto uso da fábrica como depósito de drogas por traficantes.
A comissão é formada por um general da reserva, um juiz aposentado, um coronel reformado da PM e um delegado aposentado da Polícia Federal -todos evangélicos.
O pastor disse que, até quinta-feira, o caso deverá estar esclarecido. Segundo ele, se for comprovado o envolvimento de algum funcionário com o tráfico de drogas, ele será demitido e denunciado à polícia.

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