São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995 |
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EUA defendem o projeto
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O subsecretário-assistente da Defesa dos EUA para assuntos de narcotráfico, Brian Sheridan, enviou carta a Miranda, em 30 de outubro último, na qual explicita sua preferência pelo Sistema de Vigilância da Amazônia. A carta formaliza conversa entre os dois ocorrida em Washington (EUA) em outubro último. Foi Miranda quem pediu o encontro com Sheridan. O senador solicitou dele uma comparação da eficiência no controle ao narcotráfico entre o sistema escolhido pelo governo brasileiro e outros. A defesa do Sivam feita pelo subsecretário faz parte de um esforço conjugado e ostensivo do governo dos EUA para que uma empresa daquele país conseguisse ser a responsável pela implantação do sistema de vigilância. O empenho do governo norte-americano nesse sentido sempre foi evidente. O tema chegou a ser especificamente mencionado em correspondência do presidente Bill Clinton ao então presidente Itamar Franco, na época da seleção, pelo governo brasileiro, da empresa que iria implantar o Sivam. O secretário do Comércio, Ron Brown, fez lobby junto ao governo Itamar em visitas oficiais para a Raytheon, a empresa escolhida. Em maio último, o presidente Fernando Henrique Cardoso telefonou a Clinton para comunicá-lo que o contrato com a Raytheon havia sido assinado e recebeu enfáticos cumprimentos. O governo dos EUA também ajudou a Raytheon a obter para o Brasil, junto ao Eximbank, crédito de US$ 1,4 bilhão para o Sivam. Segundo o jornal "The New York Times", os EUA ainda ajudaram a empresa por meio de sua agência central de inteligência (CIA). O "Times" revelou que a CIA obteve informações de que a francesa Thomson, concorrente da Raytheon, estava oferecendo propinas a funcionários do governo brasileiro para ganhar a disputa. Texto Anterior: Governistas vão a FHC defender fim do Sivam Próximo Texto: Jobim analisa como punir embaixador Índice |
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