São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995
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Senado chama hoje Júlio César e Assumpção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A supercomissão do Senado quer ouvir hoje Júlio César Gomes dos Santos, José Afonso Assumpção, representante da Raytheon, e o delegado Mário Santos.
As conversas de Júlio César e Assumpção, grampeadas pela PF, levantaram a suspeita de tráfico de influências envolvendo o Sivam. Mário Santos foi o responsável pelo "grampo".
Os senadores que ouviram ontem a fita da gravação ficaram "decepcionados" com o conteúdo, segundo o presidente da supercomissão, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Conforme o próprio Nelson Jobim (Justiça) admitiu na Câmara, as fitas originais foram apagadas e o que se tem é uma edição do que foi considerado relevante.
O que mais intrigou os senadores é que a conversa na qual o nome de Miranda é citado, não estar reproduzida integralmente, desde o sinal da discagem. "Não tem 'alô'. A gravação começa no meio da conversa", disse Roberto Requião (PMDB-PR).
Após ouvir as fitas, ACM reafirmou que a supercomissão poderá solicitar à Justiça a quebra do sigilo bancário dos envolvidos e lembrou que o senador Gilberto Miranda já decidiu abrir o seu. O próprio ACM fez o mesmo "como presidente da comissão".
Porta-voz
O pota-voz Sérgio Amaral negou que FHC tenha conversado qualquer assunto delicado com Júlio César. Sobre a frase: "Se o presidente soubesse que a conversa estava sendo gravada, não me pediria o que me pediu", atribuída a Júlio César pela revista "Veja", Amaral afirmou:
"O que o embaixador pediu está estritamente dentro daquilo que são as funções do chefe do cerimonial no que diz respeito a trajes para cerimônias em Bruxelas e a filmes a serem passados no Palácio do Planalto", afirmou.
Perguntado se a conversa estaria incluída na transcrição da PF, Amaral não descartou a possibilidade.
Ele afirmou ainda que não há nada na fita da escuta "que não pudesse ser revelado".

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