São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Depoimentos de agentes indicam responsável por "vazar" a escuta

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depoimentos colhidos em sindicância da Polícia Federal (PF) indicam que o policial Cláudio Vieira Mendes foi o responsável pelo "vazamento" das informações sobre o "grampo" instalado no telefone do embaixador Júlio César Gomes dos Santos. Mendes disse que só falará sobre o assunto ao delegado Galileu Pinheiro, que preside a apuração.
Os depoentes apontam que o agente teve acesso ao resumo da escuta ao ser chamado para identificar quem era o embaixador citado nas gravações.
Um dos que contaram essa versão foi Paulo Chelotti, irmão do diretor-geral da PF, Vicente Chelotti. Paulo era assessor do ex-presidente do Incra Francisco Graziano, que repassou a escuta ao presidente Fernando Henrique.
Segundo ele, Mendes teve acesso ao resumo da escuta ao ser consultado por agentes do CDO (Centro de Dados Operacionais) sobre quem era o "embaixador.
Mendes seria a pessoa indicada para isso porque conhece as autoridades. Ele é chefe do Setor de Segurança a Dignatários da PF.
O ex-chefe do CDO delegado Mário José de Oliveira Santos disse desconhecer quem era o embaixador até Mendes comunicá-lo sobre a identificação. Isso teria ocorrido na degravação da segunda fita, por volta de 10 de setembro.
Santos disse suspeitar que a saudação "embaixador fosse um apelido dado ao suposto traficante "JC", conforme era identificado Júlio César na denúncia anônima que o delegado diz ter recebido.

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