São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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FHC distribui elogios para abafar a crise

Presidente agradece atuação dos líderes governistas

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em meio à crise que atingiu seu governo, o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu investir na propaganda dos programas desenvolvidos em sua gestão, sem esquecer de elogiar o Congresso e os líderes governistas.
Pelo segundo dia consecutivo, ele participou de solenidades para o lançamento de iniciativas do governo. Nos discursos, exaltou as mudanças em curso na economia e a potencialidade do país como parceiro internacional.
Anteontem, foi lançado o plano de metas para as telecomunicações. Ontem, foi a vez de beneficiar os agricultores. FHC sancionou a Lei de Securitização de Débitos Agrícolas, que permite transformar a dívida dos agricultores em títulos do Tesouro.
Ao Congresso, o presidente da República só reservou elogios. Segundo FHC, os parlamentares têm cumprido um papel fundamental na consolidação de suas propostas.
"Passei 12 anos no Congresso como senador. Mesmo naquela época, quando havia um entrechoque tão grande de opiniões, não se viu um Congresso capaz de dirimir divergências como o atual", afirmou o presidente.
No momento em que o Congresso apura a escuta nos telefones do embaixador Júlio César Gomes dos Santos e a crise detonada no governo com a divulgação do "grampo", FHC particularizou seu agrado aos líderes que no seu entender são fundamentais para "enfrentar o programa de estabilização".
Os elogios do presidente da República contagiaram os deputados presentes à cerimônia. "Saio daqui com urquite (sic), que é consequência da patolagem (expressão para designar o toque malicioso de uma pessoa nos órgãos genitais da outra)", disse o deputado Rodrigues Palma (PTB-MS).

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