São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Dono da líder repete depoimento de embaixador

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Líder Táxi Aéreo, José Afonso Assumpção, representante da Raytheon, empresa norte-americana encarregada de instalar o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), defendeu o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) ao depor ontem no Senado.
Nas fitas gravadas pela Polícia Federal, há um diálogo entre Assumpção e o ex-chefe do cerimonial do Planalto Júlio César Gomes dos Santos em que o representante da Raytheon chama Miranda de "filho da puta" e sugere que ele estaria atrasando o projeto porque não recebeu pagamento de comissão.
No depoimento de ontem, Assumpção afirma que Miranda "nunca fez proposta ou pediu qualquer coisa" da Raytheon.
Sem entrar em detalhes, o presidente da Líder disse que o senador teria comentado saber que várias pessoas haviam recebido propina para defender a aprovação do Sivam. Miranda assistiu ao depoimento.
Assumpção disse que convidou o embaixador Júlio César para viajar a Las Vegas num jatinho da Líder por "amizade". Negou que o convite tenha sido feito para fazer "lobby" a favor do Sivam.
A exemplo do embaixador, que depôs na mesma comissão, Assumpção questionou a autenticidade das fitas, mas, ao ouvir um dos trechos, confirmou que a voz era realmente a sua.
O chefe do CDO (Centro de Dados Operacionais) da PF, delegado Mário José dos Santos, responsável pelo pedido judicial de colocação da escuta no telefone do embaixador, disse que não foram gravadas conversas de FHC.
Durante depoimento, Santos disse que somente em sessão secreta revelaria o nome dois dois agentes da PF que participaram diretamente da colocação do "grampo".

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