São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Senador divulga carta a FHC com denúncia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator no Senado do pedido de autorização para contração de empréstimo externo para o projeto Sivam, senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), digulgou ontem a carta que entregou ao presidente Fernando Henrique Cardoso com denúncias sobre irregularidades na compra de radares para o projeto de vigilância da Amazônia, agora investigado em duas supercomissões no Congresso.
Ele chamou o caso de "A mentira de US$ 165,2 milhões".
Segundo Miranda, em dezembro de 94, o então ministro-chefe da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Mário César Flores, e o ministro da Aeronáutica, Lélio Lobo, apresentaram relatório no Senado informando que a empresa Westinghouse forneceria radares aerotransportados para o Sivam por US$ 165,2 milhões.
Mudança
Já no contrato entre a CC Sivam (comissão da Aeronáutica responsável pela supervisão do projeto) e a Raytheon, em 27 de maio de 95, aparecem os radares da Martin-Marietta, com o preço de US$ 116,6 milhões, e não os da Westinghouse.
Documento de avaliação técnica das propostas de radares transportáveis (página 332 do relatório) indica que o radar da Westinghouse obteve a melhor nota classificatória. Seria o mais indicado para operar na Amazônia.
Miranda também afirma que a Wetinghouse, originalmente, havia oferecido seus radares por US$ 74,8 milhões. Nas planilhas da Raytheon, aparecem por US$ 165,2 milhões.
O relator conclui: "A CC Sivam alterou, sem dar conhecimento a dois presidentes da República, ao relator ou ao Senado, o resultado de uma seleção homologada."
"Pior ainda: trocou equipamentos, no caso radares, que originalmente custariam US$ 74,8 milhões por outros de valor muito superior e ainda em fase de desenvolvimento, sem terem sido utilizados até hoje em nenhum país do mundo", afirma Miranda.

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