São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Raytheon dá sua versão ao governo americano

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O advogado da Raytheon, Thomas Hyde, vai dizer hoje ao Departamento da Justiça dos EUA que as acusações de tráfico de influência envolvendo a empresa no caso Sivam não têm nenhuma credibilidade.
A Raytheon é a empresa norte-americana escolhida pelo governo brasileiro para implantar o sistema de radares da Amazônia.
A revelação de que a Polícia Federal desgravou parte das fitas dos "grampos" telefônicos ajudou a reforçar a posição da Raytheon, segundo sua porta-voz, Elizabeth Allen. As gravações são, por enquanto, a evidência mais forte de possíveis irregularidades nas etapas de implantação do Sivam.
Allen disse que todo o processo das acusações é "altamente suspeito" e que até agora não há "nenhuma prova de qualquer ato ilícito da parte da Raytheon".
Segundo ela, a empresa norte-americana resolveu mandar seu advogado ao Departamento da Justiça por iniciativa própria para rever os termos do contrato com o governo brasileiro e esclarecer eventuais dúvidas.
Legislação em vigor nos EUA proíbe empresas daquele país de corromperem governos estrangeiros e prevê severas punições aos infratores. O Departamento da Justiça é quem aplica essa lei.
O governo norte-americano continua confiante na continuidade do contrato entre o Brasil e a Raytheon, pelo qual tanto se empenhou. O secretário do Comércio, Ron Brown, tem dito que os ataques à Raytheon são "coisa de perdedor".
"A competição internacional é uma brutalidade. Os adversários nunca desistem e isso é o que ocorre no Brasil", afirma Brown.
Sem citar nomes, o secretário diz que os perdedores da disputa pelo Sivam tentam atrasar o processo na esperança de tirá-lo dos trilhos e de forçar o governo brasileiro a reconsiderar sua decisão.
"Mas nós vamos ser persistentes e eu estou confiante de que o desfecho será positivo", diz.

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