São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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D. Paulo faz 50 anos de sacerdócio e comemoração contará com FHC

DA REPORTAGEM LOCAL

O cardeal-arcebispo d. Paulo Evaristo Arns, 74, completa hoje 50 anos de ordenação como sacerdote, dos quais 25 anos dedicados à Arquidiocese de São Paulo.
D. Paulo chega ao cinquentenário como sacerdote um ano antes de completar 75 anos, idade em que os bispos apresentam formalmente sua renúncia ao papa, que pode ou não aceitá-la.
Em caso de aceitação, d. Paulo passará para a condição de bispo emérito, sem qualquer função executiva na diocese.
Se o papa João Paulo 2º acatar o pedido de renúncia, deverá escolher o novo cardeal-arcebispo com base numa lista a ser elaborada pelo núncio apostólico no Brasil, que funciona como uma espécie de embaixador do Vaticano.
As homenagens a dom Paulo começam hoje e terminam no próximo domingo com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso.
D. Paulo nasceu em Forquilinha (SC). Estudou Filosofia em Curitiba (PR) e Teologia em Petrópolis (RJ), no Instituto dos Franciscanos. Foi ordenado sacerdote em Petrópolis em 30 de novembro de 1945.
Em 1966 foi nomeado bispo pelo papa Paulo VI para a função de auxiliar do cardeal-arcebispo de São Paulo.
Durante quatro anos foi vigário episcopal da região norte de São Paulo, cargo que ocupava quando foi nomeado arcebispo metropolitano, em outubro de 1970.
Sua ação pastoral em São Paulo é marcada pela defesa dos direitos humanos, pela orientação em favor dos excluídos e pela criação de centros comunitários.
Recentemente, fez seguidas críticas à prisão da líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Diolinda Alves de Souza e ao atraso no processo de reforma agrária no país.
Outro trabalho do cardeal, reconhecido internacionalmente, é a denúncia de violação dos direitos humanos regitrada no livro "Brasil Nunca Mais", projeto que documenta, a partir de depoimentos obtidos em arquivos militares, o uso da tortura durante o regime militar (1964-1985).
Direitos humanos
Seus pronunciamentos são marcados por apelos insistentes em favor de soluções não-violentas, desarmamento, participação popular, democracia e comunhão.
É autor de 48 livros. Suas obras tratam principalmente da ação pastoral da Igreja Católica nas grandes cidades da literatura cristã dos primeiros tempos.
No Vaticano, é membro da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Em 1982, foi o único religioso em todo o mundo eleito para a Comissão Internacional Independente para Questões Humanitárias da ONU (Organização das Nações Unidas).
Foi membro da Pax Christi Internacional e faz parte do Serviço Internacional para Direitos Humanos, do Serviço para Paz e Justiça na América Latina e do Comitê Internacional para Direitos Humanos, entre outras entidades.

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