São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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Bolsa sobe e BC muda o preço do dólar

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com um leilão, cujo resultado foi divulgado às 17h20, o BC (Banco Central) mudou o "piso" e o "teto" de flutuação do dólar. Agora, a moeda passa a oscilar entre R$ 0,966 e R$ 0,971.
Foi a segunda alteração da "minibanda" este mês. O dólar valorizou-se em novembro 0,55%.
Para quem tinha dúvidas, o BC tratou de resolvê-las. O câmbio está sendo corrigido mesmo pelo IPA industrial, que deve fechar o mês na casa dos 0,5%.
Como o resultado do leilão do BC saiu depois de o mercado futuro ter fechado, as alterações nas cotações ficaram para hoje. Mas não devem ser grandes.
O relevante é que a correção do câmbio por tabela reduz ligeiramente a taxa de juros que interessa -já que o plano e os preços estão ancorados no câmbio.
Risco para o investidor estrangeiro? Praticamente não existe. O juro pago é o maior do planeta e o câmbio, andando de forma errática, tem acompanhado um índice de preços. Ou seja, o câmbio sempre corre menos do que o juro.
E o investidor estrangeiro parece ter voltado a olhar com bons olhos a América Latina. Ontem, só circularam boas notícias sobre México e Argentina.
Os títulos da dívida externa subiram, mesmo os brasileiros. O C-Bond subiu para US$ 0,52 e o IDU, para US$ 0,8513.
As Bolsas na região também subiram. A Bolsa paulista fechou em alta de 3,27%, com o melhor volume negociado desde outubro (R$ 272,5 milhões).
A coqueluche foi Telebrás. Alta de 5,2%, concentrando 57% dos negócios do mercado à vista.
Essas oscilações do dia-a-dia da Bolsa, na verdade, mostram um mercado sem uma tendência claramente definida, que vive de ondas.
E a maré continua baixa. O índice FGV-100, que mostra de forma mais abrangente o comportamento das ações de empresas privadas, desde abril só recua.
Faz sentido. Foi mais ou menos nessa época que o BC segurou o crédito de maneira definitiva -com as consequências de praxe.
Ontem, no mercado futuro, o juro subiu muito ligeiramente. É que o Tesouro realiza hoje um leilão de títulos. Se vender tudo, vai tirar de circulação aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

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