São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995
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'Estrela Solitária' divide família do jogador

DA SUCURSAL DO RIO

O livro "Estrela Solitária" divide opiniões na família de Garrincha. As 11 filhas processam a Companhia das Letras. A segunda mulher, Elza Soares, dá nota 1.000 para o biógrafo de seu marido, Ruy Castro.
Maria Cecília e Cíntia, duas filhas do primeiro casamento, com Nair, não leram e não gostaram. Para Maria Cecília, pelo que as pessoas comentam e saiu nos jornais, a imagem de seu pai sai arranhada da biografia.
Maria Cecília, que encabeça a ação na Justiça, reclama que o pai é retratado como alcoólatra, mulherengo e de saber "o tamanho do bráulio dele".
Elza Soares não concorda. "Ele bebia e tinha um monte de mulher mesmo. Tem que mostrar o homem como ele era. Não pode vestir de fraque e cartola", diz a cantora, que viveu 17 anos com Garrincha. Para Elza, "hoje está todo mundo falando no Garrincha. O livro está desencavando o pai e elas reclamam", diz.
Maria Cecília reclama ainda que o autor Ruy Castro não "ouviu as filhas". Ela diz que não o conhece e acha que os editores deveriam ter pedido autorização para publicar o livro.
Funcionária da maternidade Alexandre Fleming, em Marechal Hermes, zona Oeste do Rio, como a irmã, Cíntia, reclama da publicação de comentários sobre o pênis avantajado do pai.
"O pessoal lá no trabalho fica encarnando, perguntando se é verdade que tinha não sei quantos centímetros. Eu sei lá", reclama Cíntia.
Vanderléa, mãe da rapper M.C. Pink, nascida como Livia, filha mais nova do jogador, não tem nada contra o livro. Por ela, pode continuar circulando. Só não acha justo que "todo mundo encha o bolso de dinheiro e as filhas não ganhem nada".
M.C. Pink, 14, aproveita da fama de Garrincha com o "Rap do Craque", que fez em homenagem ao pai que sequer viu jogar.

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