São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995 |
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Autor fez 500 entrevistas
DA SUCURSAL DO RIO O escritor Ruy Castro diz que "se elas tivessem lido o livro, veriam que o alcoolismo do pai é tratado com o maior respeito e não há vírgula que recrimine Garrincha por seu alcoolismo".Para Castro, contar a história de Garrincha "sem falar de alcoolismo é como contar a vida de Jesus sem falar na crucificação". Também biógrafo de Nelson Rodrigues, Castro diz que fez cerca de 500 entrevistas para o livro e que ouviu Edenir, a filha mais velha de Garrincha e seu marido José Mário Neto, por cinco horas. Ele considera que as filhas não são as fontes mais importantes, pois quando o jogador se separou da mulher, a mais velha tinha nove anos e a mais nova não havia nascido. Para o editor Luis Schwarz, da Companhia das Letras, a ação "cria um precedente que fará o Brasil não ter memória, a não ser a oficial." Em seu modo de entender, o fato de o livro estar sendo recolhido (até terça-feira, haviam sido apenas 41 exemplares), está cerceando a liberdade de expressão, pois os leitores têm dificuldades de encontrá-lo. Segundo Schwarz, dos 40 mil exemplares da primeira edição, 30 mil já foram vendidos e 10 mil estão espalhados pelas livrarias. Uma segunda edição, que normalmente estaria circulando em 15 dias não tem data para sair por causa do processo. Texto Anterior: Justiça brasileira embarga venda 2 livros Próximo Texto: Censura prévia é sempre abuso do poder Índice |
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