São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 1995 |
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Connery comanda "Outubro Vermelho"
INÁCIO ARAUJO
Quando o submarino vem na direção de águas norte-americanas, cada país tem o direito de interpretar os fatos à sua maneira. Para os russos, é uma arma poderosa arma que estão vendo (enfim, não vendo propriamente, mas a idéia é essa) escapar debaixo de seus narizes. Para os norte-americanos, trata-se de saber aonde os comunas querem chegar com esse navio (a uma guerra nuclear, certamente). Nesse vai não vai instala-se o filme, com Sean Connery saindo-se magnificamente, à moda menos do agente James Bond do que do grande ator hitchcockiano. Tem um rosto insondável e ao mesmo tempo franco, o que no caso dificulta a ação dos serviços envolvidos na caçada e favorece a do filme. Mas as coisas estancam por aí. Estamos diante de um desses filmes que "valem o seu dinheiro, isto é, tomam todas as precauções para garantir a diversão do espectador -extrair o roteiro de um romance de Tom Clancy é uma delas- e ficam meio por aí. O investimento é na noção de espetáculo. No caso faz algum sentido, até porque a Guerra Fria, em 1989, quando o filme foi feito, estava muito mais para fria do que para guerra. Um filme que "diverte, no sentido de distrair, é tudo o que se pode pedir (não é muito) em meio às nulidades propostas pela TV. Nem a CNT/Gazeta, que vinha salvando a pátria (apesar de 20h ser um horário ruim para seus filmes, segundo vários espectadores: melhor seria concorrer direto com a novela de 20h30), comparece. (IA) Texto Anterior: Bomba! Crentes lançam o Jesus Sat! Próximo Texto: Fé dá o tom com Hitch e Buñuel Índice |
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