São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Bancos estaduais terão linha do Proer

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O CMN (Conselho Monetário Nacional) deverá baixar uma resolução criando linhas de crédito do Proer (Programa de Apoio à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) para financiar a privatização de bancos estaduais.
A informação foi dada ontem, no Rio, pelo presidente do Banco Central, Gustavo Loyola.
Ele vinha dizendo que o financiamento à privatização desses bancos seria "algo semelhante" ao Proer.
Ontem ele acabou dizendo que os recursos sairão da mesma fonte e que apenas é necessário que o CMN crie as linhas do Proer para esse objetivo.
O presidente do BC não definiu nenhum prazo para as linhas de crédito, até por considerar que as discussões envolvendo as privatizações desses bancos ainda estão muito embrionárias.
O caso mais avançado, segundo Gustavo Loyola, seria o do Credireal, controlado pelo governo de Minas Gerais.
O Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), que está sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do Banco Central desde 31 de dezembro de 1994, já tem autorização do Legislativo estadual para ser privatizado.
Loyola disse que o financiamento será exclusivamente para casos em que ocorra a "transferência do controle acionário".
O saneamento do Banespa (Banco do Estado de São Paulo), que não deverá passar por sua privatização, terá, segundo Loyola, solução diferente. O Banespa teve intervenção decretada também em dezembro último.
Nacional
Gustavo Loyola considerou normal que não tenha havido pagamento em dinheiro na transferência do controle do Banco Nacional para o Unibanco.
O pagamento, segundo informações do Unibanco à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), foi feito com ações dele, Unibanco, no valor de R$ 682 milhões, correspondentes a 15% do capital total da empresa.
Outros R$ 300 milhões serão pagos em cinco anos, com dois de carência, a juros de 8% ao ano mais TR (Taxa Referencial).
Loyola disse que o pagamento em ações vai agilizar a amortização pelo Unibanco dos recursos do Proer que serão repassados a ele para viabilizar a absorção do Nacional.
Esses dividendos serão usados pelo antigo Nacional, sob administração do BC, para abater o financiamento do Proer, apressando o retorno desse dinheiro ao governo.

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