São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995 |
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Disco é um panetone musical
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Artista: Roberto Carlos Lançamento: Amigo Records/Sony Music Quanto: R$ 18 (o CD, em média) Dezembro é o mês do natal e, há alguns anos, de disco novo do Roberto Carlos. O bom velhinho não falha, o "rei" também não. Que importa se o disco é a mesmice de sempre, se Roberto Carlos se enrola para explicar as diferenças entre os últimos discos? Como ele bem disse, não faz disco para ser elogiado pela crítica, mas para o povo comprar. E o povo compra. No ano passado, o álbum saiu com 1 milhão de cópias -disco de diamante. Vendeu 1,9 milhão. Este agora sai com 1,5 milhão. A gravadora pretende vender 2 milhões. Vai conseguir, fácil. Se dependesse do aplauso da crítica não venderia um décimo disso. O novo disco não traz diferenças sensíveis em relação aos anteriores. Como no último álbum, ele fez uma regravação. A escolhida foi "Quase Fui Lhe Procurar", de Getúlio Cortes. Homenagem às "minorias"? Tem. Música religiosa? Está lá. Canções românticas? O disco quase inteiro. Ele já homenageou as gordinhas e as baixinhas, agora chegou a vez das míopes. Apesar disso, "O Charme dos Seus Óculos" é, de longe, a melhor música do disco. A levada e a letra lembram seus tempos de Jovem Guarda. Tem som de órgão hammond -nada mais anos 60- e até um solinho de guitarra -medíocre, é verdade. O problema é o refrão, com um corinho lamentável. E o arranjo podia ser mais moderninho -mas exigir modernidade do "rei" a essa altura do campeonato é demais. Roberto Carlos é assim mesmo, tão surpreendente quanto um panetone. Quem gosta, se empanturra. Mas sempre há quem odeie frutas cristalizadas... (LAR) Texto Anterior: Roberto Carlos lança disco e ataca crítica Próximo Texto: Saem os nomeados para prêmio Apetesp Índice |
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