São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Governo encontra em Londres mais US$ 20 mi em nome de Raúl Salinas

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

O governo mexicano descobriu mais US$ 20 milhões em nome de Raúl Salinas, irmão do ex-presidente Carlos Salinas.
O dinheiro está depositado em uma conta em Londres. O nome do banco não foi revelado pelas autoridades.
Essa conta soma-se às outras 38 que Raúl Salinas possui no México e no exterior, conforme divulgou a Procuradoria mexicana.
Funcionários desse órgão acreditam que o grosso do dinheiro de Raúl provém do narcotráfico.
Já o Ministério da Fazenda considera que grande parte do dinheiro corresponde a comissões de empresários e pagamento de favores, durante o mandato de Carlos Salinas de Gortari.
Analistas independentes estimam que a fortuna de Raúl pode chegar a US$ 300 milhões, pois, até agora, já foram descobertos US$ 104 milhões em apenas duas contas. Os 44 imóveis de propriedade de Raúl no México somam US$ 15 milhões.
O irmão do ex-presidente está preso desde fevereiro, acusado de assassinato Francisco Ruiz Massieu, dirigente do PRI (Partido Revolucionário Institucional). Ele nega qualquer envolvimento com o tráfico de drogas.
"O dinheiro é lícito", disse ele em uma carta dirigida à sua sogra, Consuelo Rios, que está na Suíça dando assistência à filha, Paulina Castañon, mulher de Raúl.
Castañon foi presa em Genebra, no dia 15 de novembro, junto com seu irmão, Antonio, quando os dois tentavam sacar US$ 84 milhões de uma única conta.
Raúl, na carta, pede desculpas à sogra. "Rogo que aceite minha vergonha e meu perdão", diz ele.
Em outra carta, endereçada a sua cunhada e publicada ontem pelo jornal "Reforma", Raúl pede que a família de Castañon "disponha de todos os seus bens, para salvar Paulina".
"Há um automóvel BMW na minha casa que pode ser usado como garantia de um empréstimo", teria escrito.
A Procuradoria mexicana está investigando também Adriana Salinas, irmã do ex-presidente Carlos Salinas.
Ela aparece como proprietária de supostas empresas fantasmas que teriam recebido "créditos milionários" de um banco estatal, durante o mandato de seu irmão.

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