São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Música não deixava dormir, diz vizinha

Segundo ela, 'casa vivia cheia de gente'

LÚCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A artista plástica Diva Mugnaini, que está há 40 anos no apartamento 41 do prédio em que Gil morava -o número 123 da avenida São Luís-, se lembra bem do tempo em que o cantor vivia no apartamento 42. As duas portas ficam a menos de três metros de distância uma da outra.
Ela conta que toda noite havia música na casa de Gil. "Era um inferno. Não conseguíamos dormir. Meu pai vivia reclamando."
O movimento no prédio era grande. "Ele tinha muitas fãs que vinham aqui todo dia. Além disso, a casa deles (de Gil e Nana Caymmi) vivia cheia de gente dormindo no chão."
A cerca de 300 metros dali, no nº 43 da São Luís, a professora Maria Lúcia Guilherme conta a mesma história sobre o período. Ela foi vizinha de Caetano Veloso, que morou no apartamento 2.002 em 68.
Morando há 26 anos no prédio, Maria Lúcia também se lembra da transformação do prédio. "O prédio era sério. As pessoas que moravam aqui naquela época eram muito pacatas e respeitosas. De repente, a gente começou a ver mais jovens, cabeludos."
Ele afirma que na época havia uma espécie de bordão repetido pelos vizinhos para se referir aos baianos e seus amigos. "As pessoas brincavam dizendo que não se podia deixar jornal e pão na porta que desapareciam."
(LM)

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