São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995 |
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'Nossa cultura é toda heterossexual'
DA REPORTAGEM LOCAL Com duas filhas e uma companheira fixa há quatro anos, "Maria Júlia", 43, confirma a visão dos psicanalistas: "É muito difícil ser uma mãe lésbica"."Dentro de nossa intimidade familiar, os filhos podem ter a compreensão de que o que importa é que o amor e a sexualidade sejam vivenciados, mas o social é muito complicado", afirma. "Minhas filhas são adolescentes e nessa fase é que estão formando sua identidade social, então minha opção vira um problema", diz. Ela conta o caso do ex-marido de uma amiga que, depois de saber de sua opção homossexual, foi com os três filhos para os EUA. "Aqui no Brasil, nossa cultura ainda é toda heterossexual, as pessoas nem entendem que pode haver outra relação que não esta." Maria Júlia -que preferiu usar esse pseudônimo- não contou às filhas sua opção sexual. "Quando a criança quer saber de algo, ela pergunta. Se eu me antecipasse, seria uma ansiedade minha, um desejo meu de contar e não de minhas filhas de saber". Há também pessoas que preferem abandonar a família para poder viver sua sexualidade. "Tenho um filho de 17 anos, mas há 12 anos não nos vemos", diz o travesti Adriana, diretor do grupo Tulipa, de Santo André (Grande São Paulo), que dá assistência a doentes de Aids. Texto Anterior: Brasil não tem literatura sobre pais homossexuais Próximo Texto: Shopping centers estarão abertos hoje Índice |
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