São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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Brasil não tem literatura sobre pais homossexuais

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora a homossexualidade seja cada vez mais aceita na sociedade brasileira -os gays já aparecem em novelas, por exemplo-, pais e mães homossexuais ainda se sentem completamente desnorteados ao lidar com os filhos.
Enquanto nos EUA existem livros voltados tanto para esses pais e mães como para seus filhos (leia texto na próxima página), no Brasil a reportagem da Folha não encontrou um livro para esse grupo.
"Senti muita falta de material para trabalhar essa questão com meus filhos", afirma Eder, 33, que mora há três anos com um companheiro e é pai de duas crianças, de 9 e 12 anos.
Advogado e militante gay, Eder preferiu não revelar o verdadeiro nome para proteger os filhos.
Ele diz que livros infantis como os americanos facilitariam as coisas. "É linguagem para criança, que mostra que outras pessoas também vivem dessa forma."
As principais questões que se colocam para esses pais e mães é se eles devem revelar sua orientação sexual e quando e como podem fazer isso.
"Quando me divorciei, com duas filhas de 1 e 2 anos, uma psicóloga orientou que eu deixasse a elas a iniciativa de tocar na questão de minha homossexualidade. Mais tarde me dei conta de que foi uma orientação errada", afirma o antropólogo Luiz Mott, 49, presidente do Grupo Gay da Bahia.

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