São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Escolha a melhor forma de pagar as compras de Natal

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com preços estáveis, saber escolher a melhor forma de pagamento é uma das alternativas do consumidor para levar vantagem em suas compras de Natal.
Mas lembre-se de que os preços continuam variando de uma loja para outra. Portanto, fazer pesquisa em vários estabelecimentos é fundamental.
Geralmente, as opções de pagamento oferecidas são: à vista, com cartão de crédito e de loja, cheque pré-datado ou crediário.
À vista - sem dúvida, a melhor alternativa. Possibilita negociar com o vendedor e conseguir bons descontos.
Cuidado, entretanto, com ofertas do tipo "em três vezes pelo mesmo preço à vista".
Se não for optar pelo parcelamento, peça um desconto correspondente aos juros, que estão embutidos nas prestações. Para saber quanto deve ser deduzido, use a tabela do Roteiro de Crédito, na página ao lado.
Crediário - apesar de agora poder ser feito em até seis vezes, deve ser descartado de imediato. Os juros continuam altos.
Na semana passada, as taxas variavam entre 9,11% e 10,30% ao mês, segundo dados da Acrefi (entidade que representa as financeiras).
São percentuais muito elevados, já que estima-se uma inflação em torno de 1% este mês e 1,5% em dezembro.
Para ter outro parâmetro de comparação, lembre-se que uma aplicação financeira, como a caderneta de poupança, tem rendido menos de 2,5% ao mês.
A loja é obrigada a informar a taxa de juros cobrada nas vendas a prazo. Mas, se quiser conferir, use a tabela do Roteiro de Crédito.
Cheque pré-datado - a alternativa mais utilizada para pagamentos parcelados. Mas não se iluda. Embora muitas lojas ofereçam a opção pelo "mesmo preço à vista", com certeza embutem juros.
Além disso, utilizar cheques pré-datados exige um bom planejamento do consumidor. Afinal, ele está comprometendo um dinheiro que ainda não ganhou.
"Sem planejamento, ele pode comprometer recursos que vai precisar depois para compromissos mais importantes, como a alta da mensalidade escolar, compra de materiais e uniformes", diz Vera Marta Junqueira, diretora do Centro de Estudos e Pesquisas do Procon-SP (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
Cheque especial - se faltarem recursos na conta corrente, o consumidor pode entrar no saldo negativo, caso tenha cheque especial. Um mau negócio, porque os custos também são muito elevados.
Segundo pesquisa do Procon-SP, feita em vários bancos em novembro, a taxa média estava em 11,70%. Na pesquisa da Folha, da semana passada, variava de 9% a 13,50%.
Cartão de loja - como as regras são diferentes de uma loja para outra, informe-se antes de utilizar. Muitos cobram juros desde a data da compra e, nesse caso, não há vantagem.
A pesquisa da Folha da semana passada indicava que os estabelecimentos estavam cobrando taxas de 9,90% a 17,50% ao mês.
Cartão de crédito - ao lado do pagamento à vista, pode ser uma opção bastante vantajosa, se for bem utilizado (ver quadro e texto ao lado).

Texto Anterior: Construtor procura área 'esburacada' para shopping
Próximo Texto: Consumidor deve evitar o crediário, diz especialista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.