São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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o galã caipira

CRISTINA ZAHAR
DA INSTITUIÇÃO, A PUREZA DA FILOSOFIA SE VAI COM O VENTO.

Gostaria de trabalhar com diretores europeus?
Já trabalhei. Com Roland Joffe em "A Cidade da Esperança". Sempre procuro cineastas que queiram filmar mais do que explosões. Que queiram dizer algo com os filmes.
Quais suas referências no cinema?
Adoro Katharine Hepburn e Betty Davis. Mas meu maior ídolo é Spencer Tracy. Ele revolucionou a arte de atuar. Os outros são Gene Kelly, Fred Astaire, Errol Flynn e John Wayne. Meu pai era caubói.
Quais seus filmes preferidos?
"Casablanca" e "Entre Dois Amores". Muita gente não gostou desse filme, mas estou procurando uma história assim para atuar.
Você se considera um sex symbol?
Não. Me considero um ator. Muitas pessoas não sabem o que fazer com emoções fortes. Por isso, se voltam para o sexo. Prefiro acreditar que as fãs reagem assim porque eu as emociono com minhas interpretações.
Sua mulher é ciumenta?
Não. Lisa sabe que não sou do tipo que dorme com qualquer uma. Fico louco vencendo desafios e não pelo sexo. Trabalhei muito para chegar aonde estou. Mas continuo o mesmo caipirão que cresceu no Texas.
Já tinha vindo ao Brasil?
Não. O Brasil sempre me atraiu. Não só pelo lado exótico, mas também pela natureza selvagem. Além disso, criamos cavalos árabes egípcios e há excelentes criadores aqui.
Você tem muitos cavalos em seu rancho, na Califórnia?
Tenho oito. Mas a criação é feita em San Antonio, Texas. No nosso rancho, há outros animais como pavões, galinhas, gatos e cachorros.
O que faz para manter a forma?
Cavalgo muito. Também danço, mas não tanto quanto gostaria. Para um filme, faço duas ou três semanas de treino duro. Sempre fui esportista. Tive bolsas de estudo em futebol, atletismo, natação, mergulho e ginástica.
O que faz quando não trabalha?
Nosso rancho na Califórnia é uma espécie de centro de rejuvenescimento da alma. É um lugar onde mantenho um estúdio de gravação, uma sala de dança e uma espécie de oficina, onde faço trabalhos manuais. Também gosto de arco e flecha e de pilotar aviões.
Como Hollywood fisgou você?
Lisa e eu dançamos na Harkness Ballet Company. Depois, fomos dançar em companhias diferentes. Fiz um musical na Broadway ao lado de Joel Grey e depois trabalhei na peça "Grease". Chamei atenção.
E os primeiros anos como ator?
Passei fome no começo. Estudei arte dramática e me considerava uma mistura de Spencer Tracy e Robert De Niro. A televisão não queria um ator assim, intenso. Meu primeiro filme foi "Skatetown USA" (1979), em que era o líder de uma gangue de patinadores. As revistas começaram a falar que desde Valentino não se via tanta sensualidade na tela. Recebi muitas ofertas tentando me converter em herói para adolescentes. Recusei e voltei a estudar.
Quais são seus próximos projetos?
Estou avaliando dois filmes de ação, uma comédia e dois dramas. Gosto mais de dramas, porque são um desafio maior. Depois de usar um vestido, acho que está na hora de fazer um filme de ação.

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