São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995
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a ofensiva feminina nas empresas

SÉRGIO DÁVILA

Elas estão invadindo todas as áreas. "Até a década passada, 60% das vagas abertas por empresas davam preferência a homens", diz Claudir Franciatto, da Manager, empresa de consultoria de RH. "Hoje, o número baixou para 40%."
Segundo o diretor da consultoria, que presta serviços às multinacionais IBM, Coca-Cola e Pirelli, ultimamente os empregadores querem quadros multirraciais e multissexuais. "Procura-se mais o profissional competente, independentemente do sexo", diz.
Para Franciatto, até mesmo redutos tipicamente masculinos, como o arquetípico cargo de diretor financeiro, começam a cair. "Antes, o diretor financeiro tinha de ser homem, não havia papo", diz. "Agora, o empregador limita-se a analisar o currículo."
Esse recente crescimento do mercado feminino no Brasil fez surgir, em 1987, uma entidade: a Associação de Mulheres de Negócios. "Não somos feministas, hein?", avisa Carmem Carvalhal Gonçalves, a presidente. "Tenho horror a isso."
Carmem concorda com Franciatto e elenca três personagens importantes no recente boom: "É a mulher que se separou e precisa ganhar a vida, aquela cujo marido não dá conta do orçamento e a que busca auto-afirmação por meio da independência financeira".
O motivo do sucesso é simples: "Somos responsáveis, nos dedicamos o máximo. Isso é próprio do espírito feminino".

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