São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995 |
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"História de Amor" é um festival de doenças
ELAINE GUERINI
Desde que entrou no ar em julho último, a novela das seis da Globo oferece um cardápio variado de doenças. Também não faltam cenas com acidentes trágicos. Depois de abordar o câncer de mama, o enfisema pulmonar, a esterilidade e a gravidez de risco, o autor vai mais longe e resolve colocar um professor de educação física em uma cadeira de rodas. O personagem Assunção (vivido pelo ator Nuno Leal Maia) sofrerá um acidente de carro -após uma discussão com a ex-mulher- e ficará paraplégico (existe a possibilidade de o quadro ser reversível). Na linha "desgraça pouca é bobagem", a coisa vai ficar ainda pior. Joyce (Carla Marins), a mesma garota que recentemente foi atropelada por uma bicicleta e quase perdeu o bebê, terá um parto prematuro. Ao ouvir a notícia do acidente do pai, Joyce sairá correndo e cairá da escada. O episódio será um prato cheio para quem gosta de uma boa tragédia. E pelo jeito, não são poucos. Os problemas de saúde de "História de Amor" vêm levantando a audiência no horário. A média da novela é de 34 pontos (cerca de 3,4 milhões de telespectadores na Grande São Paulo). A antecessora "Irmãos Coragem" não correspondeu às expectativas da Globo. Sua audiência oscilava entre 25 e 38 pontos (cerca de 2,5 milhões e 3,8 milhões de telespectadores, respectivamente). Manoel Carlos surpreendeu aqueles que esperavam mais uma trama água-com-açúcar na faixa das 18h. Só é preciso tomar cuidado para não saturar o público com um festival de doenças e acidentes. Os hipocondríacos de plantão agradecem, mas o telespectador normal pode ficar enjoado com tanto cheiro de hospital. Texto Anterior: Um dia na novela Índice |
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