São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 1995 |
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Para deputado, ação da polícia foi 'farsa'
PAULO CÉSAR CASTRO
Reis disse que a família de Eduardo Eugênio, 21, filho do presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), pagou o resgate para que ele fosse libertado. Segundo o deputado, ao receberem o resgate, os sequestradores teriam ligado para a polícia indicando o local do cativeiro. "Os policiais trocaram tiros com São Pedro", ironizou o deputado, referindo-se à informação de que os policiais teriam sido recebidos a tiros pelos sequestradores quando chegaram ao cativeiro. O deputado Albano Reis, no entanto, recusou-se a revelar o valor do resgate pago aos sequestradores. Reis teve um filho sequestrado -John Mendes Reis, 14- no dia 10 de junho deste ano quando saía de um baile funk no morro Chapéu Mangueira, no Leme (zona sul). John foi libertado 15 dias depois, sem o pagamento do resgate, afirmou Reis. O deputado disse que fará amanhã um pronunciamento na Assembléia Legislativa criticando a "farsa" da polícia e pedindo mais condições de trabalho para os policiais. Afirmou que chegara a montar uma "polícia paralela" com amigos para ajudá-lo na libertação do filho. O chefe da Polícia Civil do Rio, Hélio Luz, desafiou o deputado a provar suas declarações. "Se o deputado provar que a libertação foi uma farsa eu peço demissão do meu cargo. Mas se não provar, espero que ele renuncie ao cargo de deputado", afirmou. Hélio Luz disse que a libertação de Duda e Zeno foi o resultado da investigação de um mês. Luz disse que a "farsa" que libertou Duda e Zeno "foi a mesma da qual participaram ele (o deputado) e o filho dele". Irritado, o chefe de Polícia disse que a polícia paralela montada pelo deputado não libertou o adolescente. "Ele veio chorar no meu ombro. Foi o mesmo delegado que ele chamou de palhaço quem libertou o filho dele", completou. Luz preferiu não dar o nome do delegado. O chefe de Polícia disse que o deputado tem "interesses contrariados" para fazer as críticas à ação da polícia. Texto Anterior: Empresário foge de cativeiro no Rio Próximo Texto: Alunos vão poder visitar os casarões dos barões do café Índice |
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