São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Governo estuda rever Comunidade Solidária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A secretária-executiva do Comunidade Solidária, Ana Pelianno, admitiu que o programa precisa ser revisto "como todos os programa de governo, que precisam de revisão constante". Ela não falou de pontos passíveis de revisão, mas disse que o governo prepara "um plano global para dar maior visibilidade à área social".
O Comunidade Solidária, cujo conselho é presidido pela primeira dama, Ruth Cardoso, foi duramente criticado na primeira Conferência Nacional de Assistência Social.
Reunidos em Brasília na última semana de novembro, cerca de 700 delegados de entidades governamentais e não-governamentais pediram o fim do programa.
Em documento que será entregue ao presidente Fernando Henrique Cardoso, as entidades falam claramente: "Extinguir o Programa Comunidade Solidária e outros programa que atuem paralelamente na área da assistência social".
Pelianno minimiza as críticas. Para ela, trata-se de "moções que ainda precisam ser aprovadas". Assinam o documento representantes de ministérios (Planejamento, Trabalho e Previdência) e entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Na teoria, o Comunidade Solidária deveria traçar as estratégia para ação do governo na área social. Na prática, quem tem competência para fazer isso é a Casa Civil, do ministro Clóvis Carvalho.
Segundo a Folha apurou, o conselho do Comunidade Solidária e a Casa Civil divergem em alguns pontos nas políticas sociais.
Para Maria Carmelita Yazbeck, vice-presidente do Conselho Nacional de Assistência Social, o Comunidade "consiste apenas na distribuição de cestas alimentares e no repasse de merenda escolar".
Ela é uma dos que defendem a revisão do programa e a transferência de suas atribuições para a Secretaria de Assistência Social.
Ainda nesta semana, o Comunidade Solidária vai lançar o projeto Universidade Solidária. O governo vai contratar mais de mil estudantes e levá-los para o Nordeste e vale do Jequitinhonha, para ensinar técnicas de saúde pública.
Cada estudante receberá R$ 250 e trabalhará por um mês. O Projeto Rondon funcionou de forma semelhante entre as décadas de 60 e 70.
Ontem o conselho do Comunidade fez sua reunião. Pelianno comentou as criticas recebidas das entidades de assistência social. Ela disse que o fim do programa acabaria com ações vitais, tanto na área de educação como da saúde.
O ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, que participa do conselho, disse que as críticas se devem a falta de informações.

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