São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995 |
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Mudança melhora produto, diz Frias de Oliveira Veja a íntegra do discurso do publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira. Senhoras e senhores, Como evitar a praxe nem sempre é possível, chegou o momento temível dos discursos. Cabe a mim dizer algumas palavras em nome da Folha. Elas não serão muitas, posso tranquilizá-los. A presença expressiva das senhoras e dos senhores, que muito nos honra, é mais eloquente do que qualquer discurso. E o significado destas instalações, agora inauguradas por um ilustre e dileto ex-colaborador do jornal, o honrado presidente Fernando Henrique Cardoso, só pode ser medido em trabalho, sofrimento e persistência -não em palavras. Tendo conhecido os dois lados da vida, acredito que aprendi alguma coisa sobre o valor da humildade. Grandes sonhos já se perderam por falta de realismo e de espírito prático. Grandes obras não conseguiram manter-se porque os responsáveis por elas se acomodaram, descuidando da base de qualquer realização, que é o empenho constante em corrigir as próprias falhas, em aprender, melhorar e evoluir. Se algo me deixa tranquilo em relação a estas instalações é o fato de que a sua construção correspondeu às necessidades ditadas pelo próprio crescimento da empresa. Este parque gráfico será -esperamos- uma alavanca no desenvolvimento do jornal, sustentado no trabalho dos seus profissionais, na confiança de seus anunciantes e no apoio de seus leitores. Deverá propiciar um produto de melhor qualidade, permitindo que a Folha, na medida de suas possibilidades, continue a contribuir para a informação pública, o debate de idéias e a democracia no Brasil. Pertenço a uma geração que viu o país mudar completamente. O progresso industrial e urbano superou alguns dos nossos problemas e agravou outros, que continuam à espera de solução. O sentimento é o de uma tarefa cumprida pela metade. Um esforço permanente será necessário, sem dúvida, a fim de preservar a estabilidade política e monetária, recém-adquirida. A conquista de condições econômicas mais competitivas, a reforma do Estado, a aplicação de políticas socialmente eficazes -tudo isso são desafios a exigir sacrifícios, seriedade e imaginação. O investimento realizado nesta obra é o melhor testemunho da nossa crença na capacidade do país para vencer esses desafios. A convivência entre sociedade civil e poder público, entre imprensa e governo em particular, respeitadas as respectivas esferas de atuação -convivência tão bem expressa no encontro de hoje- é uma demonstração da nossa maturidade institucional. Estamos tão preparados quanto possível, creio eu, para um futuro de mudanças aceleradas e de possibilidades que ainda mal podemos distinguir. Que nos seja possível transformar esse amanhã em algo de fato melhor. Muito obrigado. Texto Anterior: Para Covas, não há democracia sem informação Próximo Texto: Jô alerta FHC para o 'botão vermelho' Índice |
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