São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gráfica inaugura era da cor total no país

DA REPORTAGEM LOCAL

O Centro Tecnológico Gráfico - Folha (CTG-F) inaugurado ontem é a maior gráfica de jornais da América Latina.
Ocupa um prédio de 28 mil metros quadrados -equivalente a 3,7 campos de futebol- e suas rotativas aumentam em 41,7% a capacidade de impressão da Folha.
O CTG-F é também a primeira gráfica de jornal da América Latina que imprime uma edição de 48 páginas com cores em todas elas. Até então, a Folha conseguia rodar um jornal de 40 páginas com cores em 4 delas.
Com as novas máquinas, a Folha será o primeiro jornal de grande circulação do mundo a entrar na era da cor total.
O aspecto visual do jornal está sendo reformulado há mais de um ano. No início de 96, a Folha estréia um novo projeto gráfico que explora os recursos de cor em todas as páginas (leia texto abaixo).
O centro nervoso da nova gráfica é a sala de impressão. Tem 66 metros de largura, 42 de comprimento e 17 de altura. É lá que estão as quatro rotativas fabricadas na Alemanha pela Man Roland.
A máquina que começou a funcionar ontem é a Mediaman. Até junho do próximo ano entram em funcionamento as outras três.
Rotativas da Man Roland similares à da Folha são usadas por jornais como o "USA Today" (Estados Unidos), "Le Figaro" (França), "Corriere della Sera" (Itália), "ABC" (Espanha) e "Axel Springer" (Alemanha).
As impressoras do CTG-F impressionam pelo porte. Formam 24 torres de 15,10 metros -altura de um edifício de cinco andares.
A inovação do CTG-F em relação às gráficas tradicionais começa do lado de fora do prédio. Lá, uma antena de 86 metros de altura -equivalente a um prédio de 28 andares- recebe as páginas transmitidas por microondas.
As páginas precisam ser transmitidas por microondas porque a Redação da Folha continua na alameda Barão de Limeira (região central de São Paulo) e o novo centro gráfico fica em Tamboré, 35 km a oeste da região central de São Paulo.
A inovação das máquinas, além da cor total, é o controle computadorizado da impressão. Todos os processos são informatizados no CTG-F -desde o instante em que é gravada a chapa que será usada na impressão do jornal até o ajuste de cores.
Para o leitor, o controle automotizado significa uma melhoria de qualidade na impressão. Na maioria dos jornais brasileiros, esses processos ainda são controlados manualmente.
Para um jornal ser colorido suas páginas precisam passar por cilindros de quatro cores -vermelho, amarelo, azul e preto.
Na gráfica da Folha, a combinação ideal de cada uma dessas cores é armazenada na memória de um computador. Isso afasta a possibilidade de erros na impressão.
A contagem, o empacotamento e o envio para os caminhões dos jornais já impressos também dispensam o trabalho manual.
Depois de serem empacotados e amarrados por um máquina, os exemplares são conduzidos por uma esteira móvel a um caminhão estacionado em uma das 13 docas.
O pioneirismo tecnológico faz parte da história da Folha. Em 1968, o jornal foi o primeiro de grande circulação no mundo a adotar rotativas off-set. Nesse sistema, chapas de alumínio substituem as de chumbo, com melhorias na qualidade de impressão.
Em 1983, a Folha foi o primeiro jornal brasileiro a introduzir computadores na Redação. Hoje, eles são usados para escrever textos, criar quadros, armazenar fotos e elaborar páginas. Com o CTG-F, a Folha passa a ser informatizada da Redação até a gráfica.

Texto Anterior: Jô alerta FHC para o 'botão vermelho'
Próximo Texto: Jornal muda o visual no início do próximo ano
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.