São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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México acredita no incentivo à poupança

SÔNIA MOSSRI

Em São Paulo
O vice-ministro da Fazenda do México, José Julián Sidaoui, afirmou ontem que a concessão de incentivos fiscais para o setor exportador, a privatização de empresas estatais e o estímulo à poupança interna constituem a receita do governo daquele país para sair da recessão em 96.
O esforço para reduzir o desemprego, agravado após a desvalorização do peso mexicano em dezembro de 94, inclui o fornecimento de 900 mil bolsas de estudo para aperfeiçoamento da mão-de-obra no próximo ano.
"Precisamos recuperar a competitividade de nossos produtos no mercado internacional", disse Sidaoui.
A exemplo do Plano Cavallo, na Argentina, o programa de estabilização comandado pelo presidente mexicano Ernesto Zedillo prevê a privatização das telecomunicações, ferrovias, portos, aeroportos, setor petroquímico e distribuição de energia elétrica no país.
A venda de empresas estatais ainda depende de aprovação pelo Congresso de reformas na Constituição.
Otimista, o vice-ministro mexicano disse que o país prosseguirá com a recuperação das reservas cambiais. A previsão é que elas atinjam a marca de US$ 15 bilhões.
Depois da crise de insolvência (incapacidade de pagar os compromissos em dia) e fuga de depósitos para outros países, Sidaoui afirmou que o programa de socorro ao sistema bancário já permitiu a renegociação de 60% da carteira de títulos e empréstimos das instituições financeiras.
Semelhante ao Brasil, o vice-ministro afirmou que o governo mexicano também busca o sinal verde do Congresso para implementar uma ampla mudança na política de previdência social do país.
A proposta prevê a criação de fundos de aposentadoria, administrados pelo setor privado. Como no Brasil, o objetivo básico da reforma no sistema da Previdência é reduzir os gastos públicos.
Sidaoui observou que será mantida a política cambial de livre flutuação do peso mexicano em relação ao dólar.
Para tentar segurar a inflação, o Banco Central mexicano se esforçará para controlar ao máximo a emissão de dinheiro (política monetária).
Outro ponto comum entre México, Argentina e Brasil é o desenvolvimento de projetos que reduzem a presença do Estado na economia.
(SM)

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