São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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País deve crescer 4% em 96

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer em torno de 4% no ano que vem.
Segundo ministro, o ritmo de crescimento da economia será exatamente o inverso do que foi registrado neste ano.
O ano de 96 terá um crescimento baixo no início e uma recuperação a partir do segundo trimestre.
Como prevê crescimento para 96, Malan aproveitou para rebater as críticas dos que enxergam recessão no desaquecimento da economia: "Isso não é recessão nem aqui nem em lugar nenhum do mundo".
O ministro disse ser inviável no Brasil manter uma taxa de crescimento entre 7% e 8% ao ano. Para ele, é importante crescer de uma maneira "sustentada".
Malan classificou de equívoco a avaliação de que o governo só está preocupado em combater a inflação. O interesse, disse, é em combater a inflação e manter uma taxa de crescimento compatível.
"É uma ingenuidade pensar que as mazelas sociais possam estar equacionadas em pouco tempo", disse Malan. "Pretender tratar de problemas sociais sem resolver a economia é demagogia."
Pedro Malan afirmou que a "inflação de 96 será menor do que a de 95, assim com a de 97 será menor do que a de 96".
Para Malan, "a batalha da inflação não está ganha". Na avaliação do governo, o processo de estabilização ainda demora alguns anos.
O ministro apontou dois "grandes desafios" para o Plano Real: reduzir o custo de produção e equilibrar as contas públicas nos três níveis de governo (União, Estados e municípios).
A situação das contas públicas foi classificada como "descalabro" pelo ministro.
Sobre a possibilidade de aumentar o consumo como forma de elevar a arrecadação do governo, o ministro afirmou que "há uma tendência de se gastar mais do que se arrecada".
O que Malan argumenta é que mais arrecadação não significa, necessariamente, um equilíbrio das contas públicas. Para ele, é preciso, antes, controlar despesas.
Sobre queda dos juros ou outras facilidades para o crédito ao consumo, o ministro afirmou que o governo não anuncia por antecipação o que vai fazer. "Mas a condução do processo é clara. Peço para que olhem para o que temos feito. Essa é a direção."

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