São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Morre o gramático Celso Luft

DA AGÊNCIA FOLHA EM PORTO ALEGRE

O filólogo Celso Pedro Luft morreu ontem em Porto Alegre (RS), aos 74 anos.
A morte ocorreu em consequência de um derrame cerebral sofrido há cerca de três anos.
Luft era livre-docente em língua portuguesa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde lecionou, até o ano de 1963, como professor titular.
O gramático escreveu vários livros, entre os quais o "Dicionário Explicativo do Português Brasileiro", o "Dicionário Prático de Regência Verbal", o "Dicionário Prático de Regência Nominal", o "Dicionário de Literatura Portuguesa e Brasileira" e a "Moderna Gramática Brasileira".
Esta última teve cerca de 15 reedições.
A obra que mais vendeu, entretanto, foi o "Minidicionário Luft", que saiu pela editora Ática.
Além dos livros sobre gramática, Luft escreveu também dois livros de poesia: "Arcos de Solidão" e "66 Poemas".
Entre 1970 e 1984, assinou a coluna diária "O Mundo das Palavras", no jornal "Correio do Povo", de Porto Alegre.
Celso Luft era casado com a escritora Lya Luft e tinha três filhos.
O enterro, ontem à tarde no cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre, foi acompanhado por centenas de pessoas.
Luft nasceu em Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 28 de maio de 1921, e era descendente de imigrantes alemães.
Luft defendia a teoria de que o ensino da gramática deveria ser "natural", assim como acontece quando se aprende línguas estrangeiras.
Segundo ele, por meio do uso de mecanismos intuitivos, a gramática é absorvida mais facilmente do que quando ensinada por meio de regras rígidas.
Defendeu essas idéias na Comissão Para Elaboração de Diretrizes Relativas ao Ensino da Língua Portuguesa, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura em 1985.
Dela, também faziam parte Aurélio Buarque de Hollanda, Antônio Houaiss e Celso Cunha.

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