São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Estado quer 'devolver' parque Villa-Lobos

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário estadual de Recursos Hídricos, Hugo Marques da Rosa, defendeu ontem que o Estado devolva o parque Villa-Lobos (zona oeste) a seu proprietário e construa, com 10% do que deve pela compra do terreno, dez parques do tamanho do Villa-Lobos.
O governo do Estado deve R$ 850 milhões da desapropriação de 717 mil m2. A área, que pertencia a Antônio João Abdalla Filho e era usada para abrigar o lodo retirado do rio Pinheiros, foi desapropriada em 1989. Na época, o governo decidiu pagar R$ 200 milhões pelo terreno, mas, até hoje, saldou apenas R$ 10 mil.
O secretário Hugo Marques da Rosa acredita que essa dívida de R$ 850 milhões, em razão da atual realidade dos cofres estaduais, "não dá para ser paga".
Marques da Rosa faz questão de salientar que a decisão caberá ao governador Mário Covas, mas que, na sua opinião pessoal, o Estado deve negociar a devolução imediata do parque.
"Se a idéia é usar o dinheiro para parques e recreação, com R$ 85 milhões nós podemos construir dez parques Villa-Lobos na região de Guarapiranga. Além de oferecer lazer para uma população carente, a construção de parques na zona sul vai ajudar a preservar os mananciais (nascentes dos rios que abastecem a represa)", disse o secretário.
Marques da Rosa explica que a Eletropaulo e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), subordinados à sua pasta, possuem terrenos na zona sul que se prestariam à criação de parques.
A administração do parque Villa-Lobos é responsabilidade do DAEE. Apesar de procurada, a diretoria do DAEE não retornou as ligações da reportagem.
O parque Villa-Lobos foi inaugurado em 1994 inacabado. Seu projeto inicial previa a construção de dois auditórios, lanchonete, pizzaria, choperia, ilha musical, espelho de água e centro de convivência musical.
Apenas quadras, campo de futebol, banheiros e parte das ciclovias foram concluídos.
Segundo Marques da Rosa, a avaliação do terreno, em 89, foi "superior ao que, de fato, ele valia". "Acho que hoje o terreno deve valer uns R$ 200 milhões. Mesmo que o Estado tivesse esse dinheiro para investir em parques, estou convencido que isso deveria ser feito na zona sul", disse.

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