São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Banco Bandeirantes admite que poderá entrar no Proer

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A incorporação do Banorte pelo Banco Bandeirantes não depende da linha de crédito especial do Proer (programa oficial de estímulo a fusões bancárias), mas ela poderá ser usada.
"O uso do Proer não é uma prioridade. Mas, se houver necessidade, por que nós abriríamos mão?", disse Geraldo Machado, diretor-geral do Bandeirantes.
Para ele, as linhas de crédito subsidiadas (2% de juros ao ano mais a variação dos títulos) também estão abertas para "instituições sadias" que decidam se unir.
Machado contou que as negociações entre as duas instituições começaram há três meses, antes de o governo editar a MP que incentiva a fusão de bancos. Só na sexta-feira passada o Banco Central foi informado. "Recebemos o sinal verde", afirmou.
A união dos dois bancos vai resultar em uma instituição com patrimônio de mais de R$ 400 milhões, ativos de R$ 4 bilhões e mais de 600 agências e postos de serviço em todo o país.
Mas a incorporação ainda leva cerca de dois meses para ser completada. Até lá Banorte e Bandeirantes vão funcionar separados.
Machado afirmou que não haverá "dispêndio de dinheiro" na negociação. Os acionistas do Banorte vão receber ações ordinárias e preferenciais do Bandeirantes. O valor ainda não está definido.
O que está certo é que o controle acionário fica com o Bandeirantes. Os atuais acionistas do Banorte farão parte do Conselho de Administração do Bandeirantes.
Machado diz que não há planos para demitir funcionários (os dois bancos empregam cerca de 8.200 pessoas) ou fechar agências.
Para Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, entretanto, o desemprego é inevitável, mais cedo ou mais tarde. Ele acha acintoso o próprio governo estimular a concentração bancária, ainda mais usando recursos públicos nisso.

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