São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Argentina registra deflação de 0,2%

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

A Argentina registrou uma nova deflação no mês passado. É a quarta vez que isso acontece neste ano.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) medido pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas Econômicas e Censo) apontou para novembro uma variação negativa de 0,2%.
A taxa de inflação acumulada no país nos 11 primeiros meses de 1995 é de 2,0%.
Antes mesmo da divulgação dos índices de inflação de novembro, o presidente Carlos Menem já se mostrava otimista.
"A Argentina é um dos quatro países com menor índice de inflação do mundo", declarou o presidente argentino.
Em outubro, a variação dos preços no mercado varejista argentino chegou a 0,3%, com índice acumulado de 2,2% no ano, até aquele mês.
No mercado atacadista, os preços também tiveram queda de 0,2% em novembro. Na construção civil, fecharam com deflação de 1,7%.
Apesar de manter as taxas de inflação baixas neste ano, o crédito continua escasso e restrito na Argentina. A causa são as altas taxas de juros impostas pelas entidades financeiras.
Segundo uma investigação do jornal "Clarín", empresas de primeira linha localizadas na região central de Buenos Aires conseguem empréstimos apenas com taxas anuais de juros elevadas, de 7% a 10%.
Para as empresas que estão nas Províncias -mesmo a de Buenos Aires- a variação das taxas de juros é ainda maior: fica entre 18% e 38%.
As pequenas e médias empresas enfrentam um cenário ainda pior quando precisam de empréstimos do sistema financeiro. Os juros alcançam taxas de 14% a 50% anuais.
Nos empréstimos pessoais, os juros variam de 16% a 27% para quem reside em Buenos Aires e chegam a um teto de 58% para os que vivem nas Províncias da Patagônia.

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