São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Riley, quem mais?

FÁBIO SORMANI

Muito se fala sobre quem é o melhor treinador de basquete dos EUA, não importa se da NBA ou do "college".
Algumas pessoas defendem Bob Knight, o briguento treinador da Universidade de Indiana, quatro vezes campeão universitário, medalha de ouro com os EUA nos Jogos Olímpicos de 1984; outros jogam suas fichas em Chuck Daly, bicampeão da NBA com o Detroit Pistons e campeão olímpico com o "Dream Team" original, em Barcelona-92; eu mesmo aposto em Dean Smith, três vezes campeão universitário com a UNC-Chapel Hill, ou o homem que ensinou Michael Jordan a jogar basquete.
Aposte em quem você quiser, mas não há como negar: Pat Riley, se não for o melhor, está entre os dois melhores.
"Cabelo Melado" -como a garotada costuma chamá-lo por causa do gel que ele usa- é, de fato, a competência em pessoa.
Depois de conquistar cinco títulos da NBA com os Lakers na década passada e levar o limitado New York Knicks ao vice-campeonato na temporada retrasada, Mister Intensidade -como Magic Johnson costuma defini-lo- pegou o timeco do Miami Heat e já faz do time da Flórida um dos melhores da NBA na atualidade.
Se você não sabe, o Miami, na temporada passada, nem sequer chegou aos playoffs. Já sei, você vai dizer que o Heat hoje tem o superpivô Alonzo Mourning, e, por isso, o time está entre os melhores. Mas nos outros anos o Heat contava com o ala Glen Rice, tão talentoso quanto, e nem por isso obteve sucesso.
Riley, o injustiçado -a meu ver, é um absurdo total nenhum dos "Dream Team" ter chegado às suas mãos, e já foram três-, pegou o time, fez as mudanças certas, aprovou a troca entre Alonzo e Glen Rice e deixou o Miami tinindo. Prova disso é que os times que desembarcam hoje na Flórida o fazem tremendo nas calças.
O Miami fechou o mês de novembro com um "average" de nove vitórias e apenas três derrotas. Na temporada passada, os números foram inversos: três vitórias e nove derrotas.
Mudaram os jogadores, a direção, os torcedores ou a cidade? Mudou o treinador. Ao invés do discutível Kevin Loughery, hoje o Heat conta com Riley; ao invés de jogadas confusas, um jogo determinado; ao invés de uma defesa frágil, uma marcação que leva ao desespero; ao invés...
É, é isso aí: Pat Riley, e quem mais?

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