São Paulo, terça-feira, 5 de dezembro de 1995
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Peça "Vita e Virgínia" entra em cartaz no Rio

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Peça: Vita e Virgínia
Texto adaptado: Eileen Atkins
Tradução: Barbara Heliodora
Direção: Ítalo Rossi
Quando: estréia hoje, às 21h; terças e quartas, às 21h, e quintas, às 17h
Onde: Teatro dos Quatro (av. Marquês de S. Vicente, 52, 2º piso, tel. 021/274-9895
Quanto: R$ 20

A história de amor e sedução intelectual entre a escritora inglesa Virgínia Woolf (1882-1941) e a aristocrata Vita Sackville-West (1892-1962) estréia hoje no Rio de Janeiro, numa montagem dirigida por Ítalo Rossi.
"Vita e Virgínia", com Sylvia Bandeira e Jacqueline Laurence nos papéis principais, leva para o palco a correspondência amorosa e os diários das duas mulheres.
Reconhecida como uma das principais escritoras do século 20, Virgínia Woolf trouxe para sua obra a defesa do modernismo e um novo olhar sobre a sensibilidade e a sexualidade femininas.
Com o marido, Leonard Woolf, abriu a editora que traduziu para o inglês textos de Freud, Tolstói, Proust e Rilke. Sofreu sucessivas crises de loucura e depressão e se suicidou em 1941, afogando-se num rio com pedras nos bolsos.
Vita, casada com um diplomata homossexual e escritora, conheceu Virgínia em 1922. Foram amigas e amantes por 18 anos, sem jamais deixar os maridos. A Vita, Virgínia dedicou "Orlando".
Sylvia Bandeira, produtora da peça, comprou os direitos do texto adaptado pela atriz inglesa Eileen Atkins a partir dos livros com as cartas e diários das duas mulheres.
"Vita e Virgínia" foi encenado em Nova York no ano passado, com a própria Atkins e Vanessa Redgrave como protagonistas. A montagem brasileira usa o texto original para criar diálogos.
"É mais fácil para o nosso público. Não adianta ser elitista, quis uma comunicação mais ágil para que as pessoas possam conhecer o que nunca viram", diz o diretor.
Sylvia vive, de cabelos curtos -pela primeira vez na vida-, a moderna Vita, que usava calças de montaria e se vestia de homem para agradar as amantes. Jacqueline constrói sua Virgínia Woolf equilibrando-se entre o arrebatamento do amor por Vita, a criação literária e a loucura.
"Ao contrário da Vita, que era volúvel e teve vários romances com homens e mulheres, Virgínia era angustiada, tensa e amava muito mais do que era amada. Esses ingleses já eram modernos naquele tempo", diz Jacqueline.

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