São Paulo, quarta-feira, 6 de dezembro de 1995
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Veja a íntegra da fala do presidente no rádio

Abaixo, a íntegra do programa "Palavra do Presidente":

Amanhã daremos mais um passo para melhorar a vida da população carente do nosso país. Numa solenidade na Câmara dos Deputados, a presidente do Conselho da Comunidade Solidária, Ruth Cardoso, o ministro da Educação, Paulo Renato, e o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras lançam um novo programa -a Universidade Solidária.
Esta é mais uma parceria que estamos fazendo. É uma oportunidade para o estudante universitário conhecer melhor a realidade do Brasil mais pobre e trabalhar para mudar essa realidade.
O Programa Universidade Solidária se parece um pouco com o antigo Projeto Rondon, que prestava serviços, como atendimento médico, à população. Neste novo programa, a missão do jovem é outra. É espalhar informações sobre saúde e educação, é ensinar a população a resolver seus problemas, a lidar com equipamentos que recebe do governo, mas que não sabe como usar. É o caso do kit da TV Escola, composto por um videocassete, uma televisão e uma antena parabólica.
O equipamento da TV Escola será o principal instrumento de trabalho dos universitários. Eles vão transmitir conhecimentos através (sic) de quatro vídeos que levam na bagagem: um especificamente sobre a TV Escola, outro sobre a saúde da mulher e da criança, outro sobre a saúde dos jovens e um sobre primeiros socorros.
Estudante de qualquer área pode participar. É só procurar a Pró-Reitoria de Extensão de uma das 62 universidades, de 20 Estados, que fazem parte do programa. Vão ser selecionados os primeiros inscritos, que receberão um treinamento de 8 a 16 de janeiro.
No dia 22 de janeiro, os primeiros mil jovens, acompanhados de cem professores, começam a trabalhar em cem municípios do Nordeste e do Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. Cada município vai receber dez estudantes e um professor.
A Comunidade Solidária convidou mais de 800 municípios para participar do programa. Foram incluídos os primeiros cem inscritos, que têm população entre 10 mil e 30 mil habitantes e têm condições de dar alimentação, hospedagem e transporte para os universitários.
É o caso de Areia Branca, em Sergipe. O município tem 14 mil habitantes, e a maioria vive na zona rural. Alguns programas do Comunidade Solidária já chegaram lá: o dos agentes de saúde, o da TV Escola, o do reforço da merenda escolar e o das cestas básicas. Agora a Universidade Solidária vai atender 3.000 famílias.
O Programa Universidade Solidária começa como uma experiência piloto. Numa primeira fase, a semente do programa vai ser plantada em poucos municípios para que possa germinar, crescer forte, render frutos e novas sementes. Sementes que, a partir de julho, vão ser plantadas em outros municípios que precisam da solidariedade dos jovens brasileiros.
Antes de terminar o programa de hoje, quero fazer um esclarecimento sobre as atividades do Programa Comunidade Solidária. A Comunidade Solidária tem uma missão que está sendo muito bem cumprida: é ela que agiliza a distribuição de dinheiro dos ministérios, que faz com que os programas do governo na área social sejam executados e que também busca parcerias para desenvolver programas como o da Universidade Solidária.
Eu vou citar o exemplo de duas atividades do programa. Primeiro, o combate à desnutrição infantil foi ampliado e beneficia 1,5 milhão de crianças e de gestantes. Segundo, 930 mil famílias já receberam cestas de alimentos.
Graças ao Programa Comunidade Solidária, os prefeitos dos municípios pobres do país não precisam mais vir a Brasília atrás de dinheiro. O Comunidade Solidária faz a ponte do governo com os brasileiros que precisam de ajuda e com os brasileiros que podem e devem ajudar.

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